terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Abiec nega risco de Brasil vender carne de cavalo por carne bovina

Abiec nega risco de Brasil vender carne de cavalo por carne bovina Antonio Jorge Camardelli afirmou que o sistema de inspeção sanitária animal brasileiro é “extremamente confiável” Estadão Conteúdo O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, descartou qualquer risco de o Brasil vender carne de cavalo em lugar de carne bovina, como ocorreu em alguns países da Europa. Em entrevista ao Grupo Estado nesta terça-feira (19), afirmou que o sistema de inspeção sanitária animal brasileiro é “extremamente confiável”. “O Ministério da Agricultura acompanha o abate do boi, o processamento da carne. Além disso, qualquer produto que será comercializado no mercado precisa da certificação do ministério”, declarou Camardelli. Para Camardelli, um acontecimento que arranhe a imagem da carne bovina “não é bom para ninguém”. O Brasil, segundo ele, tem vantagem pela organização de seu sistema produtivo. “O sistema eficiente se une à perenidade da oferta, pelo 'boi verde' (90% dos bois brasileiros são alimentados no pasto) e pela qualidade da carne nacional.” Ainda segundo o executivo, as regras impostas pela União Europeia para importar carne de outros países - como é o caso do Brasil na questão da rastreabilidade antes do abate ou a aplicação de taxas abusivas para outros países - pode ter provocado “uma solução alternativa e criminosa”. “Para o Brasil, a rigidez nas regras de rastreabilidade e habilitações de fazendas é claramente para conter volume. Mas, nessa história, Romênia e Bulgária, por exemplo, que compravam cerca de 120 mil toneladas de coxão mole ou patinho brasileiro para processamento para o bloco, tiveram que pagar mais caro pela matéria-prima. Com a crise atual, para baratear seus custos de produção, pode ser que esses países tenham apelado para esse tipo de prática (substituição de matéria-prima). Que é errada, claro.” Consumo não é proibido O presidente da Abiec citou que o consumo de carne equina não é proibido e que há mercados, como Japão, Itália, Polônia e Rússia, que adquirem o produto. Conforme o analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes dos Santos, o Brasil é o quinto maior exportador de carne equina. “O sistema de produção é específico e tem seus controles, funciona como o das outras carnes e tem sua certificação. O perigo é quando há o abate ilegal e se vende uma carne sendo outra. Sem uma produção correta, há medicamentos que são administrados nos animais que podem ser nocivos para a saúde humana”, relatou Santos. Para o consultor, o Brasil pode se valer do acontecimento para “fazer mais lobby” e reafirmar a qualidade da carne bovina produzida no País. “O mercado europeu é tão exigente com os outros países e o episódio mostrou que a fiscalização deles é fraca.” Questionado se pode ser ainda mais rígida a fiscalização da carne no Brasil, Santos endossa a possibilidade. “Qualquer ação que venha gerar mais reforço em qualidade, fiscalização e segurança alimentar é válida. Mas a busca por qualidade tem que ser constante.” Curto prazo O analista de carnes da MB Agro César de Castro Alves acredita que o episódio da carne de cavalo na Europa pode diminuir, no curto prazo, a demanda pela proteína animal. “Fica um sentimento horrível na cabeça do consumidor, cresce a desconfiança da origem do produto. O assunto bem-estar animal começou na Europa e os consumidores europeus, que já eram exigentes, vão ficar ainda mais. Pode haver um crescimento do movimento vegetariano”, disse. Para ele, a indústria do bloco precisará reverter, o mais breve possível, a imagem negativa. “Mas a projeção de longo prazo para o crescimento do consumo de proteínas permanece, já que se baseia no crescimento dos mercados emergentes”, ressaltou

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