terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Controladora da S&P aponta falhas em processo dos EUA contra empresa

12 Fev (Reuters) - A controladora da agência de classificação de risco Standard & Poor's, que foi atingida com uma ação judicial movida na semana passada pelo governo dos Estados Unidos pedindo 5 bilhões de dólares por fraude, reagiu nesta terça-feira, dizendo não acreditar que o governo tem um caso. A McGraw-Hill disse que a S&P tem um histórico de sucesso ao se defender contra ações como a do Departamento de Justiça dos EUA, que a acusa de enganar investidores ao apresentar classificações de crédito de títulos de dívida. "A empresa não acredita que o Departamento de Justiça pode provar que esta falha --comum a quase todos na época-- era resultado de má conduta intencional por alguém da S&P", disse a McGraw-Hill em um comunicado que acompanha seus resultados do quarto trimestre. O conselheiro geral da McGraw-Hill, Kenneth Vittor, disse que o processo judicial especifica detalhes sobre apenas cerca de 500 milhões de dólares de perdas sofridas por instituições com ratings, enquanto o pedido de indenização no litígio é de 5 bilhões de dólares. A S&P ganhou menos de 15 milhões de dólares ao atribuir notas de crédito para os colaterais de dívida (CDOs, na sigla em inglês) citados na denúncia, disse Vittor em uma teleconferência com analistas e investidores. Ele afirmou que a denúncia do Departamento de Justiça dos EUA também ignorou o fato de que todos os CDOs identificados no caso tinham recebido uma classificação de risco praticamente idêntica de pelo menos uma outra agência de crédito. Os CDOs são pacotes de títulos de dívida baseados em ativos como hipotecas. Durante a crise financeira global de 2008 e 2009, muitos dos ativos lastreados em hipotecas incluídos nos CDOs foram revelados como de altíssimo risco. A Moody's, rival da S&P, também deverá ser alvo de uma ação do governo federal dos EUA sobre avaliações de crédito feitas antes da crise financeira. A McGraw-Hill, que disse que a S&P derrubou 41 casos relacionados aos ratings atribuídos por ela, não especificou as despesas legais com os processos judiciais, mas o vice-presidente financeiro, Jack Callahan, disse que os custos legais "não foram insignificantes" em 2012 e podem aumentar este ano. O lucro da McGraw-Hill de operações contínuas no quarto trimestre saltou 76 por cento, ajudado por um aumento na emissão de títulos de dívida que são alvos de classificação de risco pela S&P. O resultado final, porém, foi um prejuízo líquido de 216 milhões de dólares no trimestre, devido a custos relacionados à venda de sua unidade de educação para a Apollo Global Management em novembro. (Reportagem de Aman Shah e Mendonça Jochelle em Bangalore

Nenhum comentário:

Postar um comentário