domingo, 10 de fevereiro de 2013

Empresa de alimentos orgânicos investe em produtores do Nordeste

Empresa de alimentos orgânicos investe em produtores do Nordeste Rio de Una ajuda agricultores a bancar a adoção das novas tecnologias. Mercado de alimentos orgânicos cresce em torno de 20% ao anoO mercado de alimentos orgânicos cresce por ano no Brasil em torno de 20%. Em busca de fornecedores, a empresa Rio de Una, do Paraná, especializada em alimentos orgânicos, está investindo em pequenos agricultores do Sul e do Nordeste do país. A região sul do Paraná é uma das pioneiras no cultivo de hortaliças orgânicas no Brasil. A Rio de Una produz 300 toneladas de alimentos orgânicos por mês. São verduras, legumes e frutas. Tudo cultivado sem usar agrotóxicos nem adubos químicos industrializados. Boa parte das hortaliças já sai pronta para o consumo: lavada, picada e higienizada. Além da venda direta em supermercados, a empresa também abastece restaurantes e cozinhas industriais. “O faturamento da empresa fica em torno de R$ 20 milhões por ano, com uma rentabilidade em torno de 7%”, diz Jean Revece, diretor da empresa. Para manter essa estrutura funcionando, a empresa conta com uma rede de fornecedores, composta por 117 agricultores espalhados por quatro Estados. No sítio da família Juliatto, o plantio era tradicional, mas, para evitar o uso de muitos produtos químicos, resolveram mudar para o orgânico. Toda a produção passou a ser feita debaixo de um hectare de estufas. Tem berinjela, pimentão e morango. A maior parte da área está ocupada com tomate, cultura conhecida por ter muito problema com pragas e doenças. A assistência técnica é fornecida pela empresa. A agrônoma Rosângela de Almeida é quem orienta os produtores no campo. “A maior função da estufa é o efeito de abrigo”, explica. “Em segundo lugar, tem que proceder com uma boa nutrição”. O composto usado no tomate tem alguns segredos: o primeiro é a mistura de 80% de esterco de gado com 20% de cama de frango. O composto ainda leva 3% de cinzas, fosfatos naturais, como pó de rocha, e alguns micronutrientes. Para tornar a planta mais resistente, tem outro segredo: aplicações semanais de silício, um nutriente que promove engrossamento das folhas e dificulta a ação dos fungos. Com esses recursos, a produtividade média é boa: 6 kg de tomate por planta em cada safra, que dura cerca de quatro meses. O mercado dos orgânicos cresce cerca de 20% ao ano no Brasil. Por isso a Rio de Una, que já trabalha no Sul do país há 15 anos, decidiu produzir no Nordeste também. No perímetro irrigado de Souza, quase na divisa com os estados do Ceará e Rio Grande do Norte, vive a família do agricultor Ednaldo Nascimento. Dos cinco hectares da propriedade, pouco mais de meio está ocupado com o cultivo de hortaliças. O restante da área está ocupado com uma nova atividade: o plantio de fruteiras, com goiaba, coco e, futuramente, maracujá. As goiabeiras são cultivadas em consórcio com as hortaliças, para aproveitar as adubações. Ele recebe assistência do próprio filho, Manuel, técnico agrícola que trabalha para a empresa e atende os produtores da região. “Doença é pouco. O que mais afeta é o pulgão, que atrasa a planta e transmite virose”, diz Manuel. Para controlar o pulgão e outras pragas se usa produtos biológicos. A parceria com a empresa aliou tecnologia ao conhecimento que os agricultores foram acumulando ao longo da vida. Enquanto desenvolve mercado e busca a melhor maneira de produzir no sertão, a empresa vem ajudando os agricultores a bancar a adoção das novas tecnologias. Os produtos do Edinaldo e de outros agricultores da Paraíba já estão à venda em uma rede de supermercados que tem lojas em várias capitais do Nordeste. O modelo produtivo ainda tem muito que caminhar, mas já está mais do que provado que ele melhora a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente.

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