sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Governo não prevê fazer grandes compras de milho para estoques

O governo brasileiro pretende definir até o final deste mês o volume de milho que será comprado dentro de um plano de recomposição dos estoques públicos, mas as quantidades adquiridas não serão relevantes ao ponto de mexer nos mercados, disse uma autoridade do Ministério da Agricultura. Os estoques públicos brasileiros de milho somam pouco mais de 200 mil toneladas, um volume pequeno para fazer frente a eventuais choques de oferta ou mesmo para ajudar pequenos e médios produtores de aves e suínos em períodos de preços altos. "Não vai ser nada muito grande, não sei quanto vai ser, mas nada que mexa muito com o mercado, a ideia é recompor os estoques e pronto", disse o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do ministério, Edilson Guimarães, ex-secretário de Política Agrícola. Ele observou que o governo brasileiro já chegou a ter em estoques cerca de 4 milhões de toneladas, um volume que se equipara ao consumo mensal atual do país, de pouco mais de 4 milhões de toneladas por mês. O ministério informou no início do mês que as compras para recomposição dos estoques serão feitas por meio de um programa de Contratos de Opção de Venda, a ser executado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "A única decisão é que vamos fazer quantidade, preço, ainda não estão definidos", acrescentou ele sobre o programa, ressaltando que o governo pretende comprar o milho de segunda safra, estimada para ser recorde acima de 40 milhões de toneladas. A safra total do país em 2012/13 deverá somar um recorde de 76 milhões de toneladas, segundo a Conab, superando a marca histórica da temporada passada, de quase 73 milhões de toneladas. O governo deverá adotar certa cautela na realização do programa de compra em meio a preocupações com a inflação, em função de os preços estarem historicamente elevados, ainda na esteira da quebra de safra norte-americana, no ano passado. Ao mesmo tempo, o Brasil exportou um volume recorde em 2012, o que ajudou a enxugar a oferta internamente, e há previsões de grandes exportações em 2013 também. Guimarães destacou que o programa de compra será feito em uma época de maior oferta também no mercado mundial, o que em tese evitaria que as aquisições governamentais acabassem por afetar os mercados. A autoridade afirmou que os técnicos ainda estão fazendo contas sobre o preço que será estabelecido para os contratos de opção. Recentemente, em função dos baixos estoques públicos e da necessidade de ajudar pequenos produtores de aves e suínos do Nordeste, o governo teve que realizar uma compra emergencial de milho. Fonte: Reuters. Por Roberto Samora. 14 de fevereiro de 2013

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