terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Juros e spreads no Brasil sobem em janeiro e inadimplência não cede

Por Luciana Otoni BRASÍLIA, 26 Fev (Reuters) - O custo do crédito para os consumidores e as empresas subiu em janeiro, interrompendo uma sequência de 10 meses de queda, em meio à expectativa do mercado de aumento em breve da taxa Selic e em um cenário de inadimplência resistente. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira, a taxa média de juros cobradas no país --englobando crédito livre e direcionado-- subiu para 18,5 por cento ao ano em janeiro, ante 18,0 por cento em dezembro, na primeira alta desde fevereiro de 2012. A taxa de juros média no segmento de recursos livres ficou em 26,1 por cento, acima da taxa de 25,3 por cento em dezembro. No crédito direcionado, o juro médio subiu para 7,2 por cento no mês passado, ante 7,0 por cento em dezembro. "A alta que vemos nos juros ao tomador e no spread em janeiro vai se intensificar em fevereiro, em função das previsões que indicam possibilidade de alta da Selic", afirmou a economista-chefe da Rosemberg Associados, Thaís Zara. No mercado de juros futuros, as apostas de alta da Selic --atualmente no nível mais baixo da história, a 7,25 por cento ao ano -- ainda no primeiro semestre ganharam corpo nas últimas semanas, diante da resistência da inflação, que atingiu o nível mais alto em oito anos em janeiro. O chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que o perfil do tomador foi um dos fatores que fizeram os juros e o spread subirem no mês passado, sem especificar qual seria esse perfil. Ele acredita que ainda é cedo para dizer que o resultado do mês passado constitui uma tendência para os juros cobrados pelas instituições financeiras. "Dentro de uma modalidade de crédito, e mesmo dentro de um segmento de crédito, temos perfis diferentes do tomador e taxas de juros distintas. Isso pode ser um fator que tenha sido observado no início do ano. A composição das modalidades de crédito também têm peso nessa ponderação", disse ele, acrescentando ainda que não vê o movimento de alta nos juros como consequência da inadimplência ainda em níveis historicamente elevados. Em janeiro, a inadimplência --atraso superior a 90 dias -- nos créditos concedidos com recursos livres e direcionados ficou estável, em 3,7 por cento. Levando em consideração apenas os recursos livres, a inadimplência em janeiro foi de 5,6 por cento, também estável em relação a dezembro.

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