segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mesmo com área menor, produção de maçã segue em alta em Santa Catarina

Mesmo com área menor, produção de maçã segue em alta em Santa Catarina Em Fraiburgo, que é responsável por 20% da produção nacional da fruta, a expectativa é de colher 1,2 mil toneladas neste ano
Apesar da diminuição nos pomares, que caíram de 6 mil para 4 mil hectares nos últimos cinco anos, a safra de maçã é considerada surpreendente em Fraiburgo, no Meio-Oeste catarinense. O município é responsável por 20% da produção nacional da fruta e deve colher 1,2 mil toneladas neste ano. A safra vive o auge no mês de fevereiro, quando frutas de diversas variedades colorem as macieiras. Embora sejam menores, as maçãs deste ano apresentam boa qualidade e não sofreram prejuízos com granizo, que é considerado o pior inimigo dos pomares. Segundo Pierre Nicolas Perez, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maça (ABPM), o tamanho da fruta está um pouco reduzido por conta das estiagens sofridas nos últimos meses e também devido ao frio intenso na primavera. Mas, como a chuva promete cair com mais frequência a partir de agora, maçãs graúdas devem ser colhidas na fase final da safra deste ano. — A colheita é considerada de qualidade porque não tivemos incidência de granizo. Com isso, as frutas estão intactas e podem ser conservadas por bastante tempo — explica. Quanto à diminuição dos pomares, Perez salienta que a queda se deve, principalmente, ao final de um ciclo de produção. Como Fraiburgo foi um dos primeiros municípios brasileiros a investir na cultura, as macieiras mais antigas precisam ser substituídas, porque algumas têm mais de 20 anos. E alguns produtores estão esperando estabilizar as oscilações de mercado, para decidir se vão renovar os pomares. Um dos fatores que pode contribuir para a retomada do fôlego da produção de maçãs no município, que já chegou a ser o maior produtor catarinense, são linhas de financiamento aprovadas no final do ano passado, que permitem a cobertura dos locais com telas anti-granizo. O presidente da ABPM salienta que os produtores estão recebendo em média R$ 0,30 por quilo da fruta. Depois de selecionada e armazenada, a maçã é repassada ao mercado por cerca de R$ 0,90, mas é vendida aos consumidores por até o triplo deste valor. Na contramão dos dados de Fraiburgo, onde a safra permanece equivalente aos anos anteriores, mesmo com a diminuição de pomares, a colheita da maçã deve sofrer uma pequena queda no país. Conforme dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), haverá redução de 1% na quantidade de frutas colhidas, totalizando cerca de 38 mil toneladas. Em Santa Catarina, o maior produtor é São Joaquim, com cerca de 8 mil hectares plantados. No Estado, devem ser colhidas neste ano cerca de 19 mil toneladas da fruta, conforme estimativa do IBGE, número equivalente a última safra. Trabalhadores Nos pomares da região de Fraiburgo são contratados cerca de 11 mil trabalhadores em época de colheita. E 40% desse total vêm de outros estados, para suprir a falta de mão de obra local. Todos recebem salário fixo, comissão, alojamento, comida e roupa lavada. Os atrativos fazem com que o gaúcho Roberto Lima Pereira carimbe a carteira de trabalho em Fraiburgo há vários anos. Ele trabalha na colheita e está satisfeito com a oportunidade escondida nos pomares. — Vale a pena trabalhar com as maçãs, porque o clima é bom e rende oportunidades que não encontramos em outros locais. Trabalho há 37 anos na estrada e para mim é normal viajar em busca de emprego — conta. DIÁRIO CATARINENSE

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