domingo, 10 de fevereiro de 2013
Rondonópolis recebe trem em abril; Cuiabá, em 2015
O lançamento da estação da Ferrovia Vicente Vuolo, a Ferronorte, em Rondonópolis no mês de abril amplia a perspectiva da chegada da estrada de ferro em Cuiabá. Até 2011, quando as obras do trecho de Itiquira (357 km ao Sul da Capital) foram lançadas, a expectativa é que os trilhos chegassem à Capital em 2014.
Agora, o esperado é que até o fim deste ano um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea), elaborado pela Universidade Federal de Santa Catarina, seja entregue ao Governo do Estado.
Com o levantamento, o próximo passo seria a viabilidade do projeto e, por fim, sua licitação, que podem ocorrer em meados de 2014. Dessa forma, o início das obras estariam previstos para 2015.
O formato de concessão também deve ser estudado pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal. Hoje, o período mínimo concedido é de 90 anos, diluído o período da assinatura dos contratos.
De acordo com o secretário extraordinário de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes (Selit), Francisco Vuolo, atualmente o trecho Rondonópolis-Cuiabá está previsto para custar R$ 1,3 bilhão.
No total, a distância entre o município e a Capital pelos trilhos seria de 220 km. Segundo Vuolo, com tecnologias usadas hoje em dia, é possível construir 2 km de ferrovia por dia.
A grande expectativa em torno da chegada da Ferronorte em Cuiabá, segundo o titular da pasta, é especificamente econômica.
“Quanto mais você interioriza a ferrovia, a malha, os terminais, mais você reduz os custos do frete. Hoje, é possível levar até Alto Araguaia ou Itiquira. Com a chegada em Rondonópolis, teremos mais uma opção. Em Cuiabá, será mais uma ainda. A Ferrovia Vicente Vuolo já é uma realidade e atinge de forma positiva todo o estado”, avaliou.
Outro adendo é que, quanto mais próximo dos locais de produção de grãos e commodities – principais produtos escoados em Mato Grosso atualmente – o trem estiver, menos trechos rodoviários serão feitos.
“Quando hoje se leva uma carga para o porto de Santos (SP), antes ela passou por um longo trecho até os dois terminais existentes. A tendência natural é que haja redução. Não é que queremos zerar o caminho pelas rodovias, mas queremos que cada modal cumpra seu papel”, avaliou o secretário.
Estação de Rondonópolis
O Complexo Intermodal de Rondonópolis (CIR) possui 382 hectares e teve um investimento privado de R$ 500 milhões. Entre as empresas que irão atuar no local está uma esmagadora de soja e produtora de biodiesel chinesa.
O terminal é considerado um dos maiores da América Latina e permitirá a circulação diária de 1,5 mil caminhões.
Na ocasião da inauguração da estação de Rondonópolis, também será lançado o edital de licitação para contratação do projeto executivo da Ferrovia de Integração do Centro Oeste (Fico) entre Campinorte (Goiás) a Lucas do Rio Verde, a 354 km de Cuiabá.
A ferrovia
A Ferrovia Vicente Violo, ou Ferronorte, é uma empresa criada pelo empresário Olacyr Francisco de Moraes, o ex-rei da soja, com o propósito de ligar Porto Velho (RO) e Santarém (PA), passando por Cuiabá, e interligando-se à Fepasa (Ferrovias Paulistas S/A), em Santa Fé do Sul (SP) e, a partir desta, atingindo o Porto de Santos.
A ferrovia é uma concessão federal, por 90 anos, inicialmente concedida à empresa privada Ferronorte S.A.
A ideia da construção de uma ferrovia interligando o Centro-Oeste ao Sudeste do País foi proposta por Euclides da Cunha, em 1901.
Em 1975, Vicente Vuolo, pai de Francisco Vuolo e então deputado federal por Mato Grosso, apresentou projeto de lei para inclusão no Plano Nacional de Viação de ligação entre São Paulo e Cuiabá.
O traçado da nova ferrovia partiria de Rubinéia (SP), passando por Aparecida do Taboado (MS), Rondonópolis e atingiria Cuiabá, conforme a Lei 6.346 de 6 de julho de 1976.
Em 19 de maio de 1989, foi assinado o contrato de concessão da ferrovia e, após inúmeros adiamentos, foram iniciadas as obras do trecho Santa Fé do Sul (SP)-Alto Araguaia, em 1991. Estas foram concluídas em 1998, quando o trecho passou a entrar em operação.
Foi criada, em julho de 1998 a holding Ferropasa, empresa que controlava as ferrovias Ferronorte e Novoeste. Em novembro de 1998, a Ferropasa fez parte do grupo vendedor do leilão da Malha Paulista (ex-Fepasa), que passou a ser denominada Ferroban.
Posteriormente, foi criada a holding Brasil Ferrovias, que congregava a operação da Novoeste, Ferronorte e Ferroban.
Em 2006, o controle do Grupo Brasil Ferrovias foi assumido pela América Latina Logística (ALL) e a Ferronorte passa a ser nomeada como América Latina Logística Malha Norte S.A., após aprovação em 6 de agosto de 2008 pela ANTT (Deliberação 289/08).
Ela é responsável por parte do escoamento de parte da soja produzida no Oeste do País.
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