quinta-feira, 25 de abril de 2013

25/04/2013 10:20

25/04/2013 10:20 Não há previsão de retomada de investimentos em novas usinas Depois de padecer com pouca cana e muita capacidade instalada, as usinas do Centro-Sul terão no ciclo 2013/14 mais matéria-prima do que fábrica. Idea Online O fechamento de mais de 50 usinas desde 2008 e os baixos investimentos em novos ativos reduziram a capacidade industrial na região de 630 milhões para 600 milhões de toneladas, diante de uma oferta de cana de 610 milhões. E não há previsão de retomada de investimentos em novas usinas. Apesar do reajuste da gasolina e da recente desoneração do PIS/Cofins do etanol, a conta não fecha, dizem os empresários do setor. Por isso, por enquanto, nenhum projeto sairá da gaveta. Em evento da Guarani (Tereos Internacional), realizado ontem, especialistas do segmento fizeram os cálculos. Para voltar a investir, o litro do etanol hidratado, que abastece diretamente os veículos, teria que remunerar a usina R$ 0,40 mais do que os preços médios de R$ 1,05 praticados até 2012. Assim, somente um preço de R$ 1,45 por litro seria razoável para compensar investimentos em novas unidades, considerando uma taxa anual de retorno entre 10% e 11%. Como o preço do hidratado está diretamente vinculado ao da gasolina, o reajuste recente do combustível fóssil significou um ganho de R$ 0,10 por litro ao biocombustível. Com a desoneração de PIS e Cofins, a usina ficou com mais R$ 0,12 por litro. Assim, em tese, a partir do anunciado nesta semana, a indústria terá garantido no bolso, R$ 1,27 por litro de hidratado vendido. No entanto, ainda falta R$ 0,18. "Por isso, o diálogo continua", diz o diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues. A proposta da entidade é que o governo retome a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na gasolina, retirada há alguns meses. Se isso ocorresse, o preço da gasolina do tipo "C" ficaria R$ 0,17 mais alto e a competitividade do etanol na usina aumentaria na mesma proporção. A gasolina C é a que recebe a mistura de etanol anidro, hoje em 20%, mas que a partir de 1º de maio será de 25%. "Evidentemente, por conta da preocupação do governo com a inflação, a volta da Cide não deve vir no curto prazo. Mas vemos que há potencial para essa isonomia tributária. Afinal de contas, o etanol paga Cide", diz Pádua. Outra opção pouco crível na visão do setor seria o fim do controle de preços da gasolina, que vigora há mais de sete anos. Segundo cálculos da trading de etanol e açúcar Bioagência, se o preço da gasolina no Brasil oscilasse junto com o do petróleo no mercado internacional, seu preço por litro seria hoje R$ 0,24 mais alto país. Com isso, o etanol, que tem 70% da eficiência energética da gasolina, teria seu preço elevado em R$ 0,17. O setor bate na tecla que, tanto a retomada da Cide, quanto o fim do "congelamento" dos preços da gasolina já trariam de volta a competitividade para investir pesado. Para construir hoje uma usina de médio porte, com capacidade para processar 3 milhões de toneladas de cana por safra, seria necessário o aporte de R$ 770 milhões, conforme cálculos da consultoria FG Agro. O valor considera aportes industriais e agrícolas, com 100% de cana própria, além de cogeração de energia com bagaço de cana. Jacyr Costa Filho, presidente da Guarani, uma das maiores companhias do setor, disse que os investimentos neste momento têm foco no aumento da competitividade agrícola e industrial. Uma das três parceiras da Petrobras Biocombustível, a Guarani afirma que não prevê neste momento a construção de novas usinas. "Com as recentes medidas, prevemos que os preços médios do etanol neste ciclo ficarão 15% mais altos que na safra anterior. Mas é preciso ainda ganhar mais competitividade para voltar a investir", diz o executivo. Há quem suspeite que, assim como aconteceu com o Proalcool, nos anos 80, a benevolência para com o etanol seja algo provisório, motivada pelos preços elevados do petróleo. "O pacote foi para a Petrobras, não para o etanol", afirmou o diretor de Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Notícias de Setor Agroindustrial

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