sexta-feira, 12 de abril de 2013

A reforma na educação precisa de velocidade

Educação 12/4/2013 - 11h50 A reforma na educação é ampla, complexa e precisa acontecer com mais velocidade”, defendeu a educadora Cybele Oliveira, homenageada ontem à noite no evento Empreendedor do Ano, da Ernst Young & Terco. “O momento da educação brasileira exige atenção, investimentos e esforços concentrados para as mudanças que desejamos”, enfatizou a líder o Icep (Instituto Chapada de Educação e Pesquisa), vencedora do prêmio Empreendedor Social 2012, realizado pela Folha em parceria com a Fundação Schwab. Hoje, revelou a educadora, apenas 54% dos estudantes do 5º ano (antiga 4ª série) concluem essa etapa do ensino fundamental plenamente alfabetizados. “Ou seja, quase metade dos estudantes brasileiros na faixa etária de 9 anos de idade ainda não consegue ler, interpretar o que lê e tampouco escrever textos de autoria. Não preciso dizer aqui o quanto isso é grave”, afirmou. “Enfrentamos ainda o desafio da qualificação da formação inicial e continuada dos educadores. Em nosso país, não temos formação inicial para professores que ensinam no fundamental 1. Os currículos dos cursos de licenciatura estão longe de garantir o conhecimento didático, o saber como se ensina”, disse. O Icep, lembrou Cybele, defende que uma educação pública e gratuita de qualidade é resultado de um compromisso coletivo, que envolve desde os pais e os professores aos secretários de educação e aos prefeitos, passando pela iniciativa privada. ‘Uma Histólia’ Kailane, 2, escreve história em atividade escolar “Afirmo, sem medo de errar, que, nos municípios em que o Icep atua, a educação é prioritária. Quando começamos, 80% das crianças da região não concluíam a 1ª série (hoje 2º ano) alfabetizadas. Hoje, a proporção se inverteu: 80% das nossas crianças concluem a sua alfabetização inicial no período certo.” Ao final, emocionou os presentes com a história de Kailane, filha de pais agricultores, mostrando a foto da menininha entretida com um papel e uma caneta, aos 2 anos de idade. Na casa dela, na zona rural, essa cena não era comum nem entre crianças nem entre adolescentes e adultos, contou Cybele. “Mas, quando perguntei ‘O que você está escrevendo’, ela respondeu: ‘uma histólia’.” “Hoje Kailane tem 7 anos de idade e, graças ao trabalho de um grupo de educadores comprometidos, ela e seus colegas da mesma idade seguem lendo e escrevendo histórias cada vez melhores.” “Por isso, se quisermos colocar a educação brasileira no patamar onde ela precisa estar, é preciso rever o lugar dos educadores neste país, é preciso que a educação esteja também em suas mãos, garantindo condições e oportunidades”, finalizou. * Publicado originalmente no site Prêmio Empreendedor Social/Folha de S. Paulo. (Redação do Prêmio Empreendedor Social)

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