terça-feira, 16 de abril de 2013

Afrouxamento fiscal dificultará controle da inflação

Ainda assim, a relação dívida líquida/PIB --importante indicador de solvência-- pode continuar na trajetória de queda 16/04/2013 18:54 Alonso Soto e Luciana Otoni, Banco Central: a proposta de flexibilização da meta de superávit primário do setor público consolidado --composto por governo central (governo federal, INSS e Banco Central), governos regionais (Estados e municípios) e empresas estatais-- faz parte do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2014. Brasília - O afrouxamento da política fiscal neste e no próximo ano, de forma a garantir mais recursos para estimular o crescimento da economia, vai dificultar mais o controle da inflação e sobrecarregar a política monetária do Banco Central. Leia Mais 16/04/2013 | Afif nega convite formal de Dilma para ministério 16/04/2013 | Eduardo Campos diz que subir juros "não é um desastre" 16/04/2013 | Juros curtos têm leve alta ajudados por fala de Dilma 16/04/2013 | Dilma diz que governo não "negociará" com a inflação Ainda assim, a relação dívida líquida/PIB --importante indicador de solvência-- pode continuar na trajetória de queda. O governo federal propôs na segunda-feira, em medida enviada ao Congresso Nacional, que Estados e municípios possam abater de suas metas de superávit primário os gastos com investimentos. Além disso, o governo propôs que, já a partir deste ano, a União fique desobrigada por lei a cobrir a parte do superávit primário que não for cumprida pelos governos regionais. "Mais gastos, não importa o tipo de gasto, pressionam a demanda agregada e a inflação... No caso do governo, de um lado ele desonera para reduzir inflação e, de outro, sinaliza uma redução do primário que aumenta inflação", afirmou à Reuters uma fonte do governo, que pediu anonimato. "Então, realmente ele (governo) não está ajudando e dificulta bastante o trabalho do BC", acrescentou a fonte, ressaltando que essa pressão inflacionária será no curto prazo, uma vez que os investimentos ajudam a diminuir custo de produção mais à frente. A proposta de flexibilização da meta de superávit primário do setor público consolidado --composto por governo central (governo federal, INSS e Banco Central), governos regionais (Estados e municípios) e empresas estatais-- faz parte do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2014. Agora, os governo regionais poderão abater os investimentos feitos de até 100 % de sua meta. Na prática, isso significa que a meta estipulada em 2013 para os Estados e municípios neste ano, de 47,8 bilhões de reais, não precisará ser cumprida. Levando em conta que outros 65 bilhões de reais podem ser abatidos pelo governo central neste ano, por meio de desonerações e o Programa de Aceleração do Investimento (PAC), seriam cumpridos menos de 30 % da meta cheia do setor público consolidado de 155,9 bilhões de reais.

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