quinta-feira, 11 de abril de 2013

Brasil compra mais trigo dos EUA; indústria sofre com prazo da cota

Brasil compra mais trigo dos EUA; indústria sofre com prazo da cota quinta-feira, 11 de abril de 2013 19:25 BR Por Roberto Samora SÃO PAULO, 11 Abr (Reuters) - O Brasil já comprou mais de 300 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos em 2013, volume seis vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, beneficiado por uma recente redução de tarifa para importações fora do Mercosul, segundo dados dos governos brasileiro e norte-americano. Mas o prazo dado pelo governo brasileiro para as indústrias importarem toda a cota livre de taxa, de 2 milhões de toneladas, é exíguo, disseram integrantes do mercado nacional. Preocupado com a inflação e diante de uma quebra de safra de trigo no Brasil e nos países vizinhos que elevou os preços, o governo brasileiro elevou na terça-feira a cota de importação do cereal de fora do Mercosul de 1 milhão de toneladas para 2 milhões de toneladas, mas manteve o prazo para a validade das compras sem tarifa até o final de julho. "Não dará tempo para exercer os 2 milhões, (o prazo) teria que ser até meados de setembro, e não julho", disse o empresário Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, um dos maiores do país. Isso significa que as expectativas de uma demanda brasileira maior pelo cereal dos EUA --que deve dominar a cota-- pode não ser toda cumprida, o que minimizaria os efeitos de maiores compras do Brasil sobre os preços internacionais. Desde de que o governo anunciou a cota inicial, em fevereiro, as indústrias teriam comprado não mais do que 500 mil toneladas fora do Mercosul, estimou Pih, que também atua como conselheiro da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e na Abitrigo, a entidade dos moinhos nacionais. Cerca de 80 por cento do trigo comprado fora do Mercosul, que está começando a chegar aos portos brasileiros, deve ser norte-americano, e o restante será canadense, prevê o industrial. O empresário citou como principal fator para as empresas não conseguirem cumprir a cota a questão da disponibilidade de fluxo de caixa para as importações, diante das margens mais apertadas da indústria, além de problemas logísticos e de armazenagem.

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