sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cotação do algodão em baixa

Cotação do algodão em baixa sexta, 19 de abril de 2013 às 14:21 Os preços da pluma de algodão em Minas Gerais apresentaram retração após o anúncio da desoneração do Imposto de Importação para 80 mil toneladas de pluma entre 1º de maio e 31 de julho. Com a redução dos valores, os produtores estão receosos em relação aos preços que serão pagos pelo produto ao longo dos próximos meses, período em que ocorre a colheita do algodão no Estado. A Camex (Câmara de Comércio Exterior), vinculada ao Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), aprovou, na semana passada, o pedido de alíquota zero para a importação de fibra de algodão solicitado pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). O volume a ser importado com isenção de impostos, 80 mil toneladas entre maio e julho, foi calculado pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) de forma que não prejudique os produtores nacionais. Antes do anúncio, a alíquota do produto era de 10%. A medida aprovada atendeu as reivindicações do setor têxtil que, durante a entressafra do algodão, nos meses de maio, junho e julho, sofre com a escassez de matéria-prima. De acordo com o diretor-executivo da Amipa (Associação Mineira dos Produtores de Algodão), Lício Pena, mesmo com a anuência da Abrapa, os preços recuaram e os produtores do Estado estão cautelosos em relação à possibilidade de novas quedas nas cotações. Os preços pagos pelo algodão estão girando em torno de R$ 64 por arroba de pluma, 3% menor que o registrado na semana anterior. Mesmo com o recuo, ainda é suficiente para garantir lucro aos produtores, porém o ideal é que o mesmo ficasse em torno de R$ 70 por arroba de pluma. "Qualquer estímulo à importação interfere diretamente na cotação interna do produto. O pedido teve como fundamento o receio da indústria têxtil em relação à menor oferta de pluma ao longo deste ano, uma vez que tanto a safra mineira como a brasileira será inferior. Essa possibilidade de recompor os estoques com produto importado causou retração nos preços da pluma brasileira", diz. Produção A safra 2012/13 de algodão em pluma em Minas deve sofrer retração de pelo menos 30% em relação ao período anterior. Além da concorrência com a soja, as cotações pouco atrativas na época do plantio, fizeram com que os produtores migrassem para a oleaginosa. Em 2012, no período de plantio, a arroba de pluma era negociada em torno de R$ 55, valor considerado insuficiente para garantir rentabilidade. Segundo o sétimo levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em Minas Gerais é esperada produção de 29,2 milhões de toneladas de pluma de algodão, o que representa queda de 30% em relação ao volume registrado na safra passada. A área destinada ao cultivo do algodão também ficou menor. Ao todo serão 20 mil hectares, retração de 32,4% em relação aos 29,6 mil hectares utilizados anteriormente. Pela previsão da Conab, a produtividade média ficará em torno de 1,4 tonelada por hectare, alta de 3,3%. A tendência é que ao longo da colheita os números sejam revisados para baixo. De acordo com o superintendente de Agropecuária e Silvicultura da Seapa (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), e coordenador do Proalminas (Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão), Walter Antonio Adão, a redução na safra mineira deverá ser ampliada ao longo da colheita, uma vez que várias regiões produtoras registraram perdas severas com a variação climática e também pela infestação da lagarta Helicoverpa zea, antes comum em lavouras de milho, que passou a causar danos significativos nos campos de algodão. Quebras "Várias regiões estão registrando quebras significativas na cultura, somente com a infestação da lagarta deverá ser registrada perda próxima a 30%. Além disso, em algumas regiões ocorreram chuvas abundantes e em outras, como no Norte do Estado, seca severa, girando perdas em torno de 70% a 80% da produção", observa Adão. Além do comprometimento da qualidade e do desenvolvimento dos algodoeiros, uma vez que a lagarta ataca a maçã e as folhas da cultura, os custos de produção também foram ampliados, já que para combater a infestação foi necessário ampliar o número de dedetizações nas áreas cultivadas. Fonte: FAEMG

Nenhum comentário:

Postar um comentário