quarta-feira, 17 de abril de 2013

Desonerações não atingem a agricultura, mas setor continua crescendo

Desonerações não atingem a agricultura, mas setor continua crescendo As constantes desonerações tributárias promovidas pelo governo nos últimos anos foram direcionadas principalmente para o setor produtivo e industrial brasileiro, que vem sofrendo com sucessivas baixas desde a crise econômica de 2009 17/04/2013 16:50 Jornal do Brasil A agricultura, um dos mais importantes setores da economia brasileira - que responde pela produção de commodities - vem crescendo acima do PIB (Produto Interno Bruto), média de 3,2% ao ano, parece ter sido esquecido pelo governo brasileiro na hora de formular os incentivos. Porém, o economista Pedro Paulo Silveira, da corretora CGD Securities, explica que o setor agrícola já recebe incentivos suficientes por parte do governo e não há necessidade de ampliá-los. "Pelo contrário: acho que devemos repensar esta quantidade de ajuda que o país oferece: é crédito agrícola, preço mínimo, subsídios para comprar máquinas e equipamentos. É um setor com força política no Congresso, que cresce acima do PIB, que não precisa", analisa. O setor agrícola representa menos de 5% no PIB. Junto com o consumo interno, tem contribuído para que a economia brasileira continue em expansão, mesmo que baixa e com o desempenho ruim da indústria. "Os subsídios são estímulos que o governo dá a algum setor da economia, ou porque está passando por dificuldades transitórias, ou porque precisa de um impulso em sua fase inicial para concorrer com o exterior. Não é o caso da agricultura", afirmou Silveira. Indústria precisa mais O economista Pedro Rossi, da Universidade Estadual de Campinas, concorda com o especialista. Para ele, as características do setor agrícola brasileiro são muito vantajosas, o que coloca o país em uma posição competitiva no mercado internacional. "Não há necessidade de se subsidiar os grandes produtores, por exemplo, de soja e outras commodities. Aliás, acho que o contrário: com o alto nível de lucro que eles têm, deveriam ser inclusive taxados", acredita. Para o economista, a agricultura se beneficiaria de medidas que visassem melhoria da infra-estrutura nacional, como rodovias e ferrovias, problemas estruturais que, caso solucionados, resolveriam grande parte dos problemas de competitividade do Brasil. Mas não há necessidade de se criar uma política pública de incentivos voltados apenas para a agricultura, como tem sido feito no setor industrial, reitera. "Algumas políticas públicas para o pequeno produtor, algumas que busquem o impacto social da agricultura brasileira, tudo bem. Mas para os grandes exportadores não há necessidade", avalia. A indústria brasileira é, estrategicamente, mais importante do que o setor agrícola, já que emprega mais e tem renda melhor, além de produtos de maior valor agregado, analisa Rossi. "É uma opção estratégica. A nossa indústria tem sofrido com as importações chinesas, o câmbio valorizado e outros entraves. Se o governo não fizer nada, ela vai desaparecer", diz. Diretor do Instituto de Economia (IE) da Unicamp, o economista Fernando Sarti faz coro com os demais economistas, mas acredita que a quantidade de incentivos é importante. "Nossa agricultura tem batido recordes atrás de recordes e o sucesso se deve, em grande parte, às políticas públicas. Temos tecnologia avançada na área", pondera. Os dados confirmam a posição dos especialistas. A produção de grãos no país cresce, mesmo com a redução na área plantada. Na região Nordeste, por exemplo, a produção multiplicou quase quatro vezes nos últimos 30 anos. Se o clima não sofrer mudanças drásticas, em 2013 a produção deverá atingir quase 16 milhões de toneladas. Tomate e hortifrutigranjeiros A alta recente nos preços dos hortifrutigranjeiros e do tomate, que sofreu aumento de 150% nos últimos 12 meses, não são indícios de que há problemas na produção agrícola nacional. "Houve um aumento da demanda dos alimentos e também a quebra monumental da safra agrícola dos EUA, que levaram à alta de preços. O tomate, porém, não tem nada a ver com política agrícola", esclarece Silveira. Notícias de Economia

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