Empresário sócio da JBS adquire controle da loteadora BRDU

Empresário sócio da JBS adquire controle da loteadora BRDU10.04.2013 | 08h17 - Atualizado em 10.04.2013 | 08h33 Segundo Valor Econômico, haverá aporte de CHIARA QUINTÃO DO VALOR ECONÔMICO, EM SÃO PAULO A JFG Construções e Participações - do empresário José Batista Júnior -, comprou o controle da loteadora BRDU - Brasil Desenvolvimento Urbano. Juntos, JFG e os sócios que já estavam no negócio farão aporte de R$ 150 milhões em infraestrutura, obtenção de licenças e marketing. O valor a ser pago pela JFG por 50% mais uma cota da BRDU, durante quatro anos, não foi divulgado. O investimento é do empresário e não da JBS, da qual Junior é um dos donos. Depois de lançar o total de R$ 150 milhões no biênio 2011 e 2012, a BRDU projeta, para este ano, Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 250 milhões. Em novos negócios a serem gerados em 2013 para execução nos próximos anos, a estimativa é de R$ 400 milhões, incluindo a negociação de permutas de áreas no interior de São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Janeiro. A BRDU ainda não está presente nesses Estados. O foco da BRDU são loteamentos residenciais destinados às classes C e D em cidades de médio porte. A loteadora tem empreendimentos na Bahia, no Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, em Mato Grosso, no Pará e em Tocantins. O banco de terrenos atual soma R$ 1,1 bilhão. As vendas em 2011 e 2012 somaram R$ 94 milhões, e a estimativa de comercialização de lançamentos e estoques, em 2013, é de R$ 180 milhões. A BRDU foi criada em 2010, a partir da união da CBL Desenvolvimento Urbano, do Espírito Santo, da Ginco Empreendimentos Imobiliários, de Mato Grosso, e da Terrano Empreendimentos Imobiliários, de Goiânia. Cada um dos três sócios tinha dois assentos no conselho de administração da BRDU. Após a venda do controle, a JFG passou a ter metade dos seis assentos. Conforme o acordo fechado na operação, os sócios originais indicam o presidente da BRDU, e a JFG, o presidente do conselho e o diretor financeiro. João Victor Araujo, presidente da BRDU, continuará no cargo. À frente do conselho e como diretor financeiro, está Gabriel Fortes, genro de Junior. A Vinci Partners foi a assessora financeira da BRDU na operação. Antes da compra do controle da BRDU, a JFG já era parceira da loteadora em alguns projetos. Ao optar pela aquisição, a JFG levou em conta, segundo Fortes, a experiência de mais de 20 anos dos sócios da BRDU, além de fatores como a empresa ser auditada pela Ernst & Young. Desde fevereiro do ano passado, a gestora de fundos de private equity VBI Real Estate é parceira da BDRU em projetos, o que também foi considerado na decisão da JFG. A JFG leva à BRDU, além do aporte financeiro e dos seus projetos próprios de loteamentos em desenvolvimento, o relacionamento de Junior com o mercado financeiro e a experiência de Fortes, cuja família foi fundadora da João Fortes Engenharia. A BRDU financia suas atividades por meio de capital próprio, de recursos resultantes das vendas e de parcerias com fundos em projetos, segundo Araujo. "Acreditamos no desenvolvimento do setor de loteamentos. As margens são elevadas, e há falta de lotes para o crescimento das cidades", diz o presidente do conselho da BRDU. A BRDU tem margem bruta de 30% a 35%. Para efeito de comparação, a margem bruta da líder do segmento, Alphaville Urbanismo foi de 52% em 2012. Além de Alphaville e de outras empresas tradicionais como Scopel Desenvolvimento Urbano e Damha Urbanizadora, o segmento tem atraído as atenções de incorporadoras, como Rodobens Negócios Imobiliários, MRV Engenharia e Rossi Residencial, que anunciaram a criação de loteadoras no ano passado. A JFG só atuará no mercado de loteamentos por meio da BRDU, mas vai desenvolver outros projetos imobiliários, como hotéis, shopping centers e empreendimentos comerciais, além da incorporação residencial, em que já está presente. Segundo Fortes, o crescimento orgânico continuará como foco da BRDU, mas fusões e aquisições podem ocorrer conforme as oportunidades que houver.