domingo, 14 de abril de 2013

Marchetaria produzidas no Acre ganha fama pelo mundo

Marchetaria produzidas no Acre ganha fama pelo mundo Artista de Cruzeiro do Sul atende encomendas de vários países. Obras em marchetaria chegam a custar até O trabalho realizado pelo artista plástico, Maqueson Pereira da Silva (54), na sua escola-oficina em marchetaria, no município de Cruzeiro do Sul (AC) tem chegado aos quatro cantos do mundo. Maqueson já expôs suas obras inspiradas no cenário amazônico e sacro, em diversos países e todo ano é convidado a participar de missões oficiais do Itamaraty, representando a cultura brasileira. saiba maisRestos de madeira viram arte nas mãos de ex-presidiário UnB ganha prêmio de design de R$ 10 mil por projeto de marchetaria A matéria-prima para a fabricação das obras é a madeira. Galhos e raízes que seriam desperdiçados pela indústria convencional, viram imagens cheias de efeitos e plasticidade, nas mãos de Maquesson. O artista que chegou a trabalhar como seringueiro, retrata através da marchetaria o que viveu na floresta e no meio cristão quando estudou para se tornar padre. “Eu trabalho contando histórias. Por mais que alguém possa estudar e passar por academias de belas artes, não evolui se não conhecer a essência da matéria-prima utilizada”,comenta. As obras de Maquesson vão além dos retratos da paisagem amazônica. O artista hoje atende encomendas e gostos de vários países com culturas diferentes. Ele conta que suas viagens pelos continentes da África, Europa, Ásia e Oceania proporcionaram um vasto conhecimento sobre museus e academias de arte. “Eu tive a oportunidade e honra de estar na casa onde nasceu o gênio italiano do renascimento, Leonardo da Vinci, e também de conhecer vários mestres das artes. Esses conhecimentos me proporcionaram um olhar diferenciado para a floresta. São dois mundos completamente diferentes, mas que é possível mostrar através da marchetaria”. Nove painéis de 45x2 metros do artista Maqueson Pereira estão na Assembléia Legislativa do Acre (Foto: Rayssa Natani / G1) Além dos quadros, são produzidos acessórios finos e requintados, entre eles, porta-joias, porta-retratos, tabuleiros de jogos, entre outros. O aperfeiçoamento do trabalho vem rendendo grandes obras, painéis que chegam a medir 15 metros e custam até R$ 150 mil. “São trabalhos que podem levar mais de um ano de paciência e dedicação, com outras pessoas auxiliando”. Um dos grandes conjuntos já realizados em marchetaria no Acre, são os nove painéis que ornamentam a Assembleia Legislativa. Juntos, eles medem 45x2 metros e contam fases da revolução acreana. Do seringal ao sucesso Maqueson Pereira da Silva nasceu e cresceu no Seringal Flora, às margens do Rio Juruá, no município de Porto Walter (AC). Durante quatro anos da sua adolescência trabalhou como seringueiro, até reunir condições para se mudar para a sede do município, onde ganhou a chance de ingressar em um seminário da Igreja Católica. Comecei a mergulhar em um mundo, sem saber onde ia chegar" Maqueson Pereira O futuro artista plástico estudara para ser padre. Através dos sacerdotes alemães foi transferido para Salete (SC). O seminário no Sul do país exigia que o aluno desenvolvesse uma profissão. Maqueson, que já tinha um desejo de contar a história da floresta onde nasceu através da arte, tentou ser pintor, mas descobriu logo no início que tinha mais habilidade para formar imagens através da madeira. “Eu comecei a trabalhar, mas na época não havia informações sobre técnica em marchetaria. Comecei a mergulhar em um mundo, sem saber onde ia chegar”, lembra o artista. A convivência com os padres foi fundamental para o aprendizado. De volta à Cruzeiro do Sul, Maqueson deixou o seminário como aluno, mas adquiriu confiança para continuar trabalhando com os padres. Foi então que conheceu o padre alemão Heriberto Douteil, museólogo e doutor em música. “Eu conhecia a técnica e ele me ensinou a arte. Durante quatro anos estudamos intensamente, foi o padre que me abasteceu com informações sobre marchetaria”, relembra. Posteriormente, o trabalho proporcionou uma viagem à Alemanha, onde Maqueson pode fazer cursos de aperfeiçoamento. Em seguida, visitou academias em Florença, na Itália, cidade onde a arte da marchetaria se desenvolveu. Maqueson trabalha atualmente com uma equipe de 35 pessoas, algumas jovens, que pouco a pouco vão transformando galhos, troncos e raízes de árvores, em artes clássicas e finas que podem seguir para qualquer parte do mundo. tópicos: Porto Walter, SaleteGenival MouraDo G1 AC

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