segunda-feira, 22 de abril de 2013

Produtores rurais querem plano agrícola de 18 meses

Produtores rurais querem plano agrícola de 18 meses22.04.2013 | 05h30 A duplicação da área irrigada no Brasil vai ajudar o s DO PORTAL DO AGRONEGÓCIO Essa foi uma das propostas defendidas ontem no Senado pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), ao lançar um elenco de sugestões para o próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014, previsto para ser anunciado pelo governo federal no início de junho. Para a CNA, o PAP precisa ser ampliado de 12 para 18 meses "para permitir maior preparação dos produtores, além de permitir que possam programar suas atividades com antecedência". Áreas degradadas "Se não podemos desmatar, temos que aumentar a irrigação para produzir", justificou a senadora. Defendeu que ações devem ser feitas no sentido de proporcionar o aumento da utilização da área irrigável no Brasil, que hoje é de 30 milhões de hectares. "Hoje apenas 5 milhões são efetivamente aproveitados. Com o auxílio da pesquisa e da inovação, será possível dobrar a área aproveitada nos próximos 10 anos", destacou. Ao destacar a irrigação como alternativa para expansão da fronteira agrícola do País, a senadora ofereceu uma nova frente de atuação da bancada ruralista no Congresso, que enfrenta constantes embates com órgãos ambientais por causa da votação do novo Código Florestal e com entidades de direitos humanos em relação à demarcação de novas áreas indígenas. A ampliação dos investimentos em pesquisa e inovação foi outro tema abordado pela senadora para permitir a ampliação da produtividade. "Esse é o oxigênio do setor agropecuário", destacou. Hoje, o investimento do governo neste setor corresponde a apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Desta forma, a presidente da CNA defendeu o fortalecimento das entidades estaduais de pesquisa e a criação de linhas de financiamento a projetos privados de pesquisa. No rastro da proposta de irrigação, a senadora do Tocantins propôs aos senadores que o Congresso Nacional, em parceria com o governo federal, discuta os problemas da população do Nordeste, inclusive dos produtores rurais, que sofre com uma das piores secas dos últimos anos. "Ninguém perdeu menos de 50% do seu rebanho. A seca dizimou tudo", afirmou. Para a presidente da CNA, uma solução definitiva para esse problema envolve investimentos em pesquisa e inovação. O presidente da CRA, senador Benedito de Lira (PP-AL), antes de encerrar a audiência disse que o colegiado, mais do uma simples manifestação de apoio, referendava a proposta da CNA como uma iniciativa da própria comissão. Ele também abordou no debate a gravidade da situação dos produtores nordestinos com a atual estiagem, o que poderia ser contornado com o aumento da área irrigada. Depois, ouviu de Kátia Abreu que a CNA está à disposição para uma ação política junto ao governo em busca de soluções para o recorrente problema. Seguro rural A senadora Kátia Abreu também defendeu a ampliação do volume dos recursos para a subvenção ao seguro rural como forma de evitar perda de rentabilidade e minimizar os prejuízos dos produtores rurais, em caso de problemas climáticos e pragas. A presidente da CNA propôs ainda, para o plano de safra, a destinação de R$ 860 milhões para o seguro rural, o dobro do montante disponibilizado em 2012, o que elevaria a cobertura de área plantada em mais 10 milhões de hectares, contemplando 20% da área plantada no Brasil. "Hoje, temos 5% da safra segurada. Somos uma indústria a céu aberto, correndo riscos com problemas climáticos e doenças. Por isso, o seguro agrícola é fundamental para os produtores rurais trabalharem em paz", ressaltou a senadora. A meta é ter 50% da safra brasileira segurada até 2015. Nos Estados Unidos, a cobertura é de 86%. Além da ampliação do seguro, a CNA defende que o produtor receba a subvenção diretamente, com o objetivo de baixar os custos de contratação, estimular a concorrência entre as seguradoras e expandir o número de empresas que atuam no segmento do seguro rural. Hoje, as seguradoras recebem a subvenção e repassam os custos ao produtor rural. Para os próximos anos, disse a presidente da CNA, a meta é chegar a R$ 2 bilhões em recursos. "Estamos bastante otimistas e na expectativa de que essa e outras propostas possam ser acatadas pelo governo federal", acrescentou. Outro ponto abordado na comissão foi a ampliação de recursos para a construção de armazéns nas fazendas. Hoje, a capacidade de armazenagem de grãos no Brasil é de 70% da safra. Apenas 13,6% das propriedades brasileiras possuem armazéns. Nos Estados Unidos, mais de 50% das propriedades dispõem de infraestrutura para armazenagem. Segundo a presidente da CNA, esta proposta ajudaria a diminuir as filas de caminhões que chegam aos portos, reduzindo os custos de transporte da safra. "Isso não irá comprimir os portos e o produtor ficará mais tranquilo."

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