sexta-feira, 12 de abril de 2013

'Se tivéssemos logística poderíamos socorrer os castigados pela seca'

'Se tivéssemos logística poderíamos socorrer os castigados pela seca' Maggi defende que MT mande produção de alimentos par DA REDAÇÃO “Alimento nós temos, o problema é fazer chegar ao Nordeste e a um preço razoável”, disse o senador Blairo Maggi (PR) ao presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), Benedito de Lira (PP/AL), quando o alagoano se referia ao incremento do Governo Federal, de R$ 32 bilhões de reais, para atenuar a seca do Nordeste. Segundo o presidente, a ação será nas chamadas obras estruturantes, que visam garantir o abastecimento de água por meio de barragens canais, adutoras e estações elevatórias. O senador explicou ainda, a estratégia de como será feito o socorro ao povo nordestino lembrando que ‘essa é a maior seca dos últimos 50 anos’. Blairo Maggi interviu dividindo a experiência vivenciada em Mato Grosso, com as diferentes estações, e relatou a forma como o agronegócio criou mecanismos adaptáveis às mudanças de tempo, solo e clima. “Sabemos que esses estados que fazem parte do polígono da seca sofrem no dia a dia com esse período de estiagem. A seca vem se repetindo no Nordeste dificultando a agricultura de subsistência, a permanência das famílias no campo. Porém, acho que não devemos esperar que não haja novas secas, uma vez que há centenas de anos isso já ocorre. Meu estado não sofre com as secas, aliás, temos períodos de chuvas abundantes que se iniciam em setembro e ocorrem até maio, ou abril. Aprendemos com o passar dos anos que poderíamos fazer duas safras. Fizemos uma safra de soja, colhemos ela, daí partimos para a de milho, ou pode ser algodão”, explicou. O senador destacou que Mato Grosso cresceu muito nas últimas décadas, saindo da produção agrícola de 30 mil toneladas de grãos para mais de 40 milhões de toneladas em 2013, o que coloca o estado numa posição favorável frente aos demais. “Essa é uma realidade do Centro Oeste, bem diferente da que vemos no Nordeste, e é exatamente por isso nos dá condições de atender aos irmãos de lá, auxiliando-nos nesses momentos. Mas temos a dificuldade da logística, que encarece o valor das mercadorias. Mais uma vez, eu destaco, hoje, que para irmos ao Nordeste, temos que praticamente descer para o Sul, ou pelo menos até Goiânia, e depois começar a subir. Mas, o alimento - que não é problema para nós-, por falta de logística adequada e eficaz não consegue chegar na mesa do povo nordestino”, lamentou Blairo. O mato-grossense lembrou o esforço envidado nesse sentido, ao citar a reunião ocorrida nesta semana com a Comissão de Infraestrutura do Senado, junto à ministra Gleisi Hoffmman e ao presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo, ocasião em que os senadores tiveram acesso a um planejamento estratégico de sistema de política integrado de rodovias e ferrovias, portos e aeroportos, para os próximos 10 anos. Segundo Blairo, o problema, por exemplo, de levar milho para o Nordeste, estaria superado. “Comentava com a senadora Ana Amélia que esperamos que este não seja um plano político só por ter eleição no próximo ano. Podemos minimizar as dificuldades do Nordeste com produtos vindos de outros estados, como o nosso, mas, dependemos da infraestrutura e logística. Às vezes as pessoas nos criticam falando que estamos defendo interesses de A ou de B, de produtores, ou só do setor do agronegócio, porque somos desse ramo, e esquecem exatamente disso, que podemos facilitar, auxiliar, e socorrer irmãos castigados, por exemplo, pela seca lá no semiárido brasileiro”, concluiu Maggi.

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