domingo, 7 de abril de 2013

Tecnologia faz aumentar a eficácia do uso da cama de frango na adubação

Tecnologia faz aumentar a eficácia do uso da cama de frango na adubação Pesquisadores desenvolveram fertilizante feito a partir da cama de frango. Tecnologia está pronta para ganhar uma escala maior de produção0 Pesquisadores da Embrapa em parceria com a Universidade de Rio Verde, em Goiás, estão trabalhando no desenvolvimento do fertilizante organomineral granulado para aumentar o desempenho da cama de frango na adubação do solo. Calcula-se que a tonelada do adubo organomineral feito a partir da cama de frango irá custar cerca de R$ 900. No momento, já existe uma empresa se preparando para industrializar o novo produto. A cama de frango é o material de dentro da granja, normalmente feito à base de palha de arroz ou maravalha, que serve como piso para as aves e que acaba sendo enriquecida com a ração que cai dos comedouros e com o próprio dejeto dos animais. Devido aos teores de nitrogênio, potássio, fósforo e outros nutrientes, a cama de frango está sendo utilizada em grande escala nas lavouras comerciais. A maior produção de grãos do estado de Goiás está localizada na área beirando os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em 2012, a Comigo, principal cooperativa da região, recebeu cerca de 22 milhões de sacas de soja e oito milhões de sacas de milho. A fartura na produção de grãos no sudoeste de Goiás foi um atrativo para que as granjas se instalassem pelo estado. Com isso, a criação ficaria perto do fornecimento de alimentos. A região passou a receber investimentos pesados até se tornar uma referência na avicultura nacional e consequentemente no volume de produção de cama de frango. O agrônomo Gaspar José Zawadzki trabalha em Rio Verde e há seis anos entrou para o negócio da cama de frango. Ele comercializa algo em torno de 90 mil das 170 mil toneladas produzidas pelo município todo ano. “Ainda falta cama no mercado. Se tivéssemos 200 mil toneladas, nós venderíamos essa cama”, diz. O avicultor Gilberto Carvalho conseguiu R$ 85 por tonelada na última vez em que vendeu cama de frango. Ele tira cerca de 700 toneladas por ano em quatro galpões. O produto responde por uma fatia importante do orçamento da propriedade. “Não tem essa opção de não ter para quem vender. É onde eu pago o 13º salário e as férias do meu funcionário. E gente ainda tem um lucro em cima”, diz. O produtor também usa a cama de frango para adubar sua lavoura de soja, que tem 130 hectares. “Antes da cama de frango eu usava 400 quilos de adubo químico por hectare. Hoje, com a cama de frango, eu estou usando só cem quilos de adubo químico por hectare”, compara. Para aumentar o desempenho da cama de frango na adubação do solo, pesquisadores da Embrapa em parceria com a Universidade de Rio Verde vêm trabalhando no desenvolvimento do fertilizante organomineral granulado. A cama de frango é a parte orgânica e o map, produto químico à base de fósforo, responde pela parte mineral do produto. O estudo coordenado pelo agrônomo Vinicius Benites faz parte da Rede Fert Brasil, um projeto do Ministério da Agricultura que visa desenvolver novas fontes de nutrientes para a produção agrícola brasileira. No laboratório, a cama de frango, levada in natura, é moída, misturada ao map e granulada. A tecnologia da cama de frango organomiral granulada já foi testada no campo durante três safras consecutivas e está pronta para ganhar uma escala maior de produção. Para distribuir a cama de frango in natura no solo, o agricultor lança mão de um equipamento também usado para espalhar calcário. No caso da soja, o processo é feito 45 dias antes da semeadura, o que exige duas etapas com o trator até a hora do plantio. Com a cama de frango granulada, a aplicação do adubo e da semente pode ser feita de uma só vez e utilizando os recursos de apenas da plantadeira. Os experimentos são realizados em uma área do Centro Tecnológico da Comigo. Pelos resultados, os ganhos vão além da facilidade no plantio. “Nós tivemos um ganho de produtividade em torno de 10% a 15% nas parcelas onde se aplicou o organomineral em relação a parcela que se aplicou o fertilizante mineral com os mesmos teores de fósforo. A matéria orgânica promove alguns benefícios sobre o ambiente de dissolução do fertilizante”, diz Vinicius Benites. tópicos: Embrapa, Rio Verde DO GLOBO RURAL

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