sexta-feira, 10 de maio de 2013

10/05/2013 16:50

10/05/2013 16:50 Produtos das cooperativas agrícolas conquistam o varejo Verdadeiras empresas de alimentos, elas foram destaque em mega feira do setor supermercadista Sou Agro Os produtos das cooperativas agrícolas ganharam espaço nos supermercados brasileiros, e hoje competem de igual para igual com os fabricados pelas gigantes multinacionais. De carnes processadas a embutidos; passando por massas congeladas; cafés moído, torrado e solúvel; sucos e molhos prontos; óleos refinados; chegando a margarinas, maioneses, iogurtes; entre outros produtos lácteos, é enorme a variedade de alimentos agroindustrializados pelas cooperativas disponíveis nas gôndolas dos grandes varejistas, a maioria, inclusive, com marcas próprias. Dos negócios tradicionais com commodities, as cooperativas agrícolas evoluíram e, na prática, se tornaram verdadeiras empresas de alimentos. Com modernos parques fabris, e estrutura operacional e pessoal para atuar no concorrido ramo do varejo, as cooperativas agrícolas se profissionalizaram e investiram na verticalização do negócio, passando a fabricar produtos cada vez mais elaborados, com valor agregado. “Primeiro fizemos uma autoanálise para entendermos se tínhamos vocação para o varejo. Em seguida, investimos em gestão e governança. Foi pensado”, afirma José Cícero Aderaldo, superintendente de negócios da Cocamar de Maringá (PR). Com cerca de 12 mil cooperados e um faturamento próximo a R$ 2,3 bilhões no ano passado, a Cocamar foi uma das expositoras da Apas 2013 (Congresso e Feira Internacional de Negócios em Supermercado), que se encerrou nesta quinta-feira (09), em São Paulo. “A Coamo não se tornou uma indústria de alimentos por caso, fizemos um planejamento para migrarmos do campo e chegarmos até à mesa do consumidor”, diz Alcir José Goldoni, superintendente de negócios da Coamo Agroindustrial, de Campo Mourão (PR), que tem 26 mil cooperados, registrou um faturamento de R$ 6,8 bi em 2012, e também participou da Apas. “Tivemos que mudar o conceito, é diferente você vender uma tonelada de soja e um pote de margarina, é outra concepção, onde saímos do volume para comercializar porta a porta”, explica Goldoni. “Antes, a cooperativa era comprada, agora ela vende”, assinala Aderaldo. “É preciso estratégia para ampliar seu foco de atuação de cooperativa agrícola para fabricante de alimentos”, reforça Valdemir Paulino dos Santos, gerente comercial da Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), com sede em Cafeilândia (PR), também presente a Apas, e que conta com cerca de 4,8 mil cooperados. Segundo Aderaldo, antes o consumidor enxergava o produto fabricado pela cooperativa de maneira depreciativa. “Isso mudou. Com a sofisticação da produção, a qualidade ficou evidente.” DNA cooperativista De acordo com os executivos, os princípios cooperativistas de preocupação social e responsabilidade ambiental são, decerto modo, repassados como valor intangível para os produtos, o que timidamente começa a resultar em um diferencial mercadológico. “Isso não se traduz em preço [ainda], mas ganha corpo no quesito preferência junto aos compradores”, observa Aderaldo. “O varejo começa a valorizar a trajetória, a rastreabilidade do produto feito por uma cooperativa, que é um produto que não é frio, que tem alma, que você pode identificar de onde ele veio, porque é o produtor que está fazendo desde a origem”, acentua Goldoni, acrescentando que o “mercado se sente mais seguro atualmente, porque sabe da qualidade, do cuidado que um produto de uma cooperativa traz desde a matéria-prima”. Segundo Aderaldo, é da natureza da cooperativa a questão da sustentabilidade, da atenção com a parte social do produtor cooperado, e da preocupação que este tem com o meio ambiente. “E o consumidor quer isso.” Por sua vez, Paulino é mais comedido ao ressalvar que o varejo ainda não oferece algum tipo de vantagem para o produto originário de uma cooperativa. “Competimos em preço, nada mais com ‘as gigantes’ do setor alimentício, mas acredito que com o tempo, com a mudança de mentalidade, com a troca de gerações, que passam a valorizar cada vez mais os critérios sustentáveis para decisão de compra, a coisa possa mudar.” Goldoni ressalta que isso já acontece de maneira mais forte com o consumidor europeu. “Lá, ele quer saber quem está produzindo, a origem do que ele está levando para casa.” Aderaldo conta que a Cocamar, por exemplo, vende suco de laranja com bônus no preço para Europa porque tem certificação com o selo “fair trade”, que qualifica o produto como pertencente à categoria de comércio justo. Notícias de Setor Agroindustrial

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