sexta-feira, 17 de maio de 2013

17/05/2013 11:50

17/05/2013 11:50 Desonerações tiraram 1,2 ponto do IPCA Não fosse pela série de medidas de desonerações e de adiamento de reajustes promovida pelo governo desde o ano passado, a inflação, que em 12 meses gira hoje em torno do teto da meta de 6,5%, seria de cerca de 7,7%, segundo cálculos do banco Brasil Plural ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR Escondida - A diferença de 1,2 ponto percentual configura o que a instituição chama de "inflação escondida", um aumento que foi evitado pelas interferências do governo nos preços de determinados setores e que, embora "tenham um impacto pontual no nível de preços, não muda a dinâmica escondida por trás das pressões inflacionárias", aponta o relatório do Brasil Plural. A estimativa considera apenas o efeito direto das medidas. Impactos - A conta da "inflação escondida" foi feita com base nos impactos causados aos preços pelas medidas de isenção de IPI dos automóveis, isenção da cobrança da Cide sobre a gasolina, redução nas tarifas de energia, as desonerações da cesta básica e o adiamento dos reajustes de tarifas de transporte de ônibus em São Paulo e Rio de Janeiro, ainda pendentes para este ano. As medidas foram editadas entre maio de 2012 e o início deste ano. Cálculos - No cálculo do Brasil Plural, apenas a redução de IPI dos automóveis - concedida em maio do ano passado e prorrogada duas vezes desde então, em agosto e em março -, retirou 0,14 ponto do IPCA em 12 meses até aqui. A conta considera os 2,8% de queda acumulada nos preços dos automóveis novos nos 12 meses até abril, além das reduções colaterais de 8,7% dos veículos usados e de 0,1% dos licenciamentos. O IPI, zerado para alguns modelos em maio passado, deveria voltar gradualmente entre janeiro e julho de 2013, mas, após o primeiro aumento, no início do ano, a cobrança foi congelada novamente até dezembro. Energia elétrica - No caso das tarifas de energia elétrica, que, entre isenções fiscais e revisões contratuais ficaram 18% mais baratas em janeiro, o IPCA foi poupado em 0, 49 ponto percentual - até abril, a tarifa residencial de energia acumulava queda de 16,2% no ano, já incorporando o aumento por conta dos reajustes anuais feitos neste período por algumas concessionárias. Outro 0,19 ponto foi retirado da inflação com a medida que desonerou itens da cesta básica, no início de março, entre eles carnes, óleo, margarina, açúcar e outros. Este grupo de itens, na estimativa do banco, irá acumular uma queda de 2,9% de março a maio, ante uma média de variação zero nestes mesmos meses nos últimos cinco anos. Tarifas de ônibus - Colaborou ainda para uma inflação aparentemente mais baixa o adiamento no reajuste das tarifas de ônibus em cidades-chave, caso de São Paulo e Rio de Janeiro, programadas para janeiro, mas adiadas a pedido da presidente Dilma Roussef justamente para impedir que estes aumentos puxassem ainda mais a inflação do início do ano. O aumento já anunciado de 5,5% pela prefeitura do Rio, a ser dado entre junho e julho, e o aumento estimado pelo banco em 10% em São Paulo, trarão de volta ao IPCA o 0,12 ponto percentual que seguraram até aqui, na conta do Brasil Plural. Gasolina - Por fim, mais 0,31 ponto de escalada no índice de preços foi evitado pelas medidas para neutralizar o preço da gasolina - o combustível recebeu dois aumentos pela Petrobras, de 7,8% em junho do ano passado, o que foi anulado pela isenção da cobrança de Cide no mesmo mês, e de 6,6% em fevereiro, o que, na bomba, chegou 4,1% mais caro naquele mês, ou um repasse de 62% do aumento para o consumidor. Fatores indiretos - "O ponto em questão é o nível atual da inflação caso não houvesse as medidas do governo", diz o banco. "Neste estudo, levamos em consideração apenas os impactos diretos, já que os impactos indiretos destas isenções não são fáceis de calcular, embora certamente existam. Neste caso, nosso cálculo da inflação escondida pode estar subestimando a inflação total real que teríamos hoje caso estas ações não tivessem ocorrido." Notícias de Economia

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