sexta-feira, 24 de maio de 2013

24/05/2013 10:00

24/05/2013 10:00 Cultivo do sorgo leva esperança a agricultores do Sertão Uma alternativa para alimentação dos animais, no período de poucas chuvas, com qualidade nutricional. É assim que é descrito o cultivo do sorgo forrageiro para a região do Semiárido de Alagoas EMATER AL Durante uma manhã, o pesquisador do Instituto de Inovação para o desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (EMATER/AL), Fernando Gomes, mostrou para um grupo de agricultores familiares da região do Médio Sertão a importância da cultura na alimentação animal. O especialista foi enfático, a cultura do sorgo é estratégica para região e tem que fazer parte do plantio natural dos agricultores familiares. Na palestra que teve como tema ‘O Cultivo do Sorgo Forrageiro’, foi apresentada a origem da planta e como deve ser feito o plantio, visando à diminuição da perda de sementes. Trabalhando na roça desde os 10 anos de idade, o agricultor Josué Joaquim Lima, 52, do município de Maravilha, revelou nunca ter passado por uma seca tão cruel. “Muitos animais morreram por falta de água e comida. O que tínhamos vendemos barato para não ver morrer, restou apenas seis animais. O sorgo dá esperança para continuarmos a lutar, é um cultura que cresce muito rápido, não precisa de muita água, diferente do milho. Para mim é novidade e vamos apostar”, afirmou o agricultor. Sem palma para alimentar seus animais o agricultor contou ainda que está usando o Mandacaru para alimentar o gado que ficou. “É a primeira vez que vou plantar o sorgo, não plantei antes porque não tive oportunidade, mas agora com a explicação do pesquisador vimos que em 90 dias, com chuva boa, já temos palha para alimentar o gado e as cabras, se fossemos investir na palma, por exemplo, esperaríamos no mínimo dois anos. Vou plantar duas tarefas e vê no que é que dá”, declarou Josué Joaquim Lima. Fernando Gomes explicou aos agricultores que o sorgo pode ser plantado de duas maneiras: manual ou na plantadeira. O plantio manual deve ser feito em covas rasas, distantes uma da outra 20cm, dentro de cada linha ou fileira. À distância entre as fileiras deverá ser 80cm. Para uma boa germinação basta colocar três sementes em cada cova. Outra forma de não desperdiçar sementes é usando a plantadeira ou a matraca onde deixa-se cair 20 sementes em cada metro de sulco. Para o plantio de 01 hectare de sorgo serão necessários de 07 a 10 quilos de sementes. “É importante que antes do plantio o terreno esteja bem preparado e limpo e a época do plantio é o início da estação chuvosa. Os agricultores devem ficar atentos porque em consequência do período de chuvas, mesmo com previsão para chuvas abaixo da média, a Secretaria de Estado da Agricultura já iniciou a distribuição da semente de sorgo. O momento de plantar é agora”, destacou o pesquisador da EMATER/AL. Adubação Para um maior desenvolvimento da cultura a adubação é fundamental. De acordo com Fernando Gomes é necessário primeiro a análise do solo. Com o diagnóstico, o técnico saberá como corrigir as deficiências. A alternativa é a adubação orgânica, que é bastante eficaz. “Pode-se aplicar, dependendo da disponibilidade do produtor, de 10 a 15 toneladas por hectare de estrume de curral, na área de cultivo antes do plantio. A correção do solo é importantíssima, porque o sorgo não suporta acidez, então a calagem deve ser feita”, explicou. Pragas As duas principais pragas encontradas na cultura do sorgo são: a Formiga de roça, conhecida como cortadeira, e a Lagarta Elasmo. Para controlar a cortadeira deve ser aplicado iscas formicidas ou o inseticida diretamente no formigueiro. Este controle deve ser iniciado antes do plantio, prolongando-se até 40 dias após dentro do campo e nos arredores. A alternativa orgânica, que serve ainda como adubo, é aplicar a urina de vaca diretamente nos formigueiros. Já no caso da lagarta deve-se ter atenção, é uma praga que só ataca plantas jovens, até 30 dias após o plantio. Colheita A colheita de pequenos plantios pode ser feita manualmente, colhendo-se a planta inteira e, dependendo do caso, passar na forrageira, para consumo direto dos animais, ou na ensiladeira, para enchimento do silo. Com 95 dias o material já está em ponto de silagem. “O sorgo rebrota até quatro vezes com propriedades nutricionais boas, após a quarta rebrota a produtividade cai bastante”, informou Fernando Gomes. O pesquisador enfatizou também que o agricultor pode se preparar para enfrentamento desses períodos de estiagem através da produção de silabem de sorgo, um volumoso que pode substituir o pasto durante o período de seca. O processo de ensilagem deve ser realizado com a planta cortada no tempo certo, enchendo-se o silo, de forma a compactar a massa verde picada e, finalmente, a vedação do local de armazenamento. A cultura estocada, bem armazenada, dura até dois anos. “O Semiárido é uma região com irregularidades de chuvas, então temos que nos preparar para os períodos mais secos, como o vivido desde o ano passado. Estocar esse material no período de boas chuvas, é o primeiro passo para começar a aprender a conviver com as adversidades climáticas da região”, assegurou o especialista na cultura. Notícias de Milho e sorgo

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