quinta-feira, 23 de maio de 2013

Banco Banif garante cortes dos salários de gestores exigidos pelo Estado

Banco Banif garante cortes dos salários de gestores exigidos pelo Estado O Banif recusou hoje qualquer ligação entre a atribuição de um prémio de gestão à administradora do banco no Brasil e a recapitalização pública e garantiu que os cortes nos salários dos gestores estão a ser cumpridos17:55 - 23 de Maio de 2013 | Por Lusa Segundo o comunicado hoje divulgado pelo banco sediado no Funchal, o valor atribuído em 2012 a Maria da Conceição Leal incorpora um prémio de gestão relativo a 2011 e não infringiu “as regras e os princípios que são impostos às instituições recapitalizadas”. “O Banif reafirma, portanto, que qualquer ligação entre a atribuição daquele prémio de gestão e o processo de recapitalização com recurso a dinheiros públicos não tem sentido. A recapitalização ocorreu cerca de um ano depois”, afirmou em comunicado o banco que, em janeiro, foi recapitalizado em 1.100 milhões de euros pelo Estado português, que ficou acionista maioritário. O semanário Expresso publicou, no último fim de semana, que a ex-administradora do Banif Banco de Investimento Brasil, Maria da Conceição Leal, recebeu em 2012 mais do que qualquer banqueiro em Portugal, ao ter ganho um vencimento superior a 980 mil euros (prémio de gestão de 533,7 mil euros que se junta um salário de 448,6 mil). A operação do Banif no Brasil tem vindo a dar vários problemas nos últimos anos. Já hoje, no parlamento, a bloquista Ana Drago defendeu que o quase um milhão de euros recebido, "entre salários e prémios", por uma "responsável do banco no Brasil", deve ser "imediatamente devolvido". "É insultuoso que um Governo que cortou no subsídio de desemprego e de doença, que cortou no passe escolar, que cortou salário a quem no serviço público ganha mais do que 600 euros, tenha posto 1.100 milhões de euros num banco insolvente que paga salários e prémios de um milhão de euros a uma administradora", afirmou a deputada do BE, na Assembleia da República, em Lisboa. Na nota hoje divulgada, o banco fundado por Horácio Roque diz que "estão a ser escrupulosamente cumpridas" as regras impostas aos bancos que recorreram a dinheiros públicos quanto a limitação dos vencimentos dos gestores e de proibição da atribuição de prémios de gestão. Segundo o banco, a atual equipa de gestão (liderada por Jorge Tomé) tem vindo a levar acabo uma “substancial redução da remuneração dos órgãos de gestão”, que levou a que em 2012 os vencimentos dos titulares desses órgãos tivessem os vencimentos cortados em 20,5% face a 2011. Já este ano, afirma o banco, os vencimento “foram adicionalmente reduzidos para 50% da média dos vencimentos de 2011 e 2012”. Por esse motivo, o banco conclui o comunicado a reforçar que “qualquer ligação entre a atribuição do referido prémio de gestão e a recapitalização, ocorrida já em 2013, é um exercício artificial, sem correspondência com a realidade concreta”.

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