sexta-feira, 24 de maio de 2013

Chineses não conseguem investir em MT por causa da burocracia

Chineses não conseguem investir em MT por causa da burocracia 24/05/2013 O déficit logístico é um assunto discutido em todas as regiões percorridas pela comitiva do 8º Circuito Aprosoja. Nesta quinta (23), o evento esteve em Água Boa, região Leste de Mato Grosso, município que está entre os que têm uns com maior capacidade para expansão agrícola por meio da conversão das áreas de pastagens em lavouras. Há pelo menos 431 hectares que podem ser utilizadas para agricultura, segundo Instituto Mato-grossense de Agropecuária (IMEA). Mas o que dificulta essa expansão é a ausência de alternativas para escoar a soja na região. Os produtores questionaram, durante o Circuito, o executivo Lin Tan sobre o porquê de os chineses não investirem em infraestrutura em Mato Grosso, já que o estado é o principal cliente da China, com 70% da soja produzida sendo enviada ao país. “É muito difícil investir no Brasil. Queremos investir, mas aqui há muitas regulamentações e regras, muito mais burocráticas que as da China”, disse Lin. Para o produtor e delegado da Aprosoja no município, Junior Garruti, o grande problema no Brasil é que os governantes não cumprem seu dever. “O governo não decide o que é prioridade. A falha é um problema cultural, nossos governantes não têm voz ativa. São criados muitos ministérios e um acaba atrapalhando o outro, um manda e outro desmanda”, disse Garruti. Lin Tan também explicou que muitos empresários chineses vêm para Mato Grosso com a intenção de investir em silos, ferrovias e portos, mas que a primeira dificuldade é encontrar as pessoas certas para tratarem desses investimentos. “Os chineses estão certos de que é o governo que cuidam desses investimentos aqui, pois na China o governo controla tudo. E quando chegam aqui não encontram as pessoas do governo. Nós entendemos que existem oportunidades de negócios aqui, mas se não encontrarmos a pessoa certa pra fazer isso acontecer, não há negócios”, esclareceu ele. Já quando esse primeiro passo é superado, o segundo é os investidores e os beneficiados se conhecerem. Os chineses precisam se certificar de que o projeto é um bom investimento e ter alguma forma de garantia. Segundo Lin Tan, depois eles encontram outro grande problema, a legislação ambiental. “As regulamentações ambientais no Brasil, e em Mato Grosso, são muito mais rígidas que na China. Aqui tem reserva indígena e são necessárias várias outras licenças, há muita burocracia”, explicou. Segundo o produtor José Luiz Polizeli, um dos assuntos que mais chamaram a atenção dele na palestra foi o controle que o governo chinês tem sobre o país. “Não imaginava que o governo chinês poderia ser ainda mais burocrático que o nosso, no sentindo de ter domínio sobre tudo”, afirmou. É a primeira vez que ele participa do Circuito e a experiência foi ímpar. “Eu gostei muito, as palestras tiveram um enfoque muito bom, forçou a gente a imaginar algumas situações e a pensar no mercado futuro. É muito diferente ter um representante aqui expondo a realidade de cada país. Uma coisa é ler a respeito, a outra é poder tirar as dúvidas pessoalmente”, finalizou. Fonte: Assessoria (foto: Só Notícias/arquivo)

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