terça-feira, 7 de maio de 2013

Crise Juncker confessa os erros da Europa

Crise Juncker confessa os erros da Europa O antigo presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, admite que se pudesse andar para trás na gestão da crise tinha feito algumas coisas de forma diferente. E uma delas foi a promoção da ideia de virtude dos países do Norte e da indolência dos países do Sul. Quem o afirma é o próprio numa entrevista publicada esta terça-feira no Jornal de Negócios.07 de Maio de 2013 | Por Notícias Ao Minuto Juncker admite que haveria coisas a mudar na forma de lidar com a crise que a União Europeia escolheu como sua no início das dificuldades. Na opinião do governante luxemburguês, cometeram-se três erros. “Deveríamos ter agido com mais serenidade logo no ínicio da crise e não deveríamos ter dado a impressão de que os seus efeitos seriam mitigáveis sem mais esforços no futuro”, afirma o primeiro-ministro do Luxemburgo em entrevista ao Jornal de Negócios. O segundo erro foi, para Juncker, o facto de se ter “tolerado que os governos tivessem dado explicações divergentes: Os alemães explicaram as políticas europeias à sua maneira e ao gosto do público alemão; outros países explicaram à sua maneira e ao gosto dos seus públicos”. Por fim, o derradeiro equívoco prende-se com a falta de “severidade” contra a “imagem que alguns quiseram dar de que os países do Norte eram os virtuosos e que os do Sul arrastavam os pés”. Para Juncker “desde o início da crise que os países do Sul fizeram esforços consideráveis que ultrapassam, em intensidade, em vigor e impacto os esforços de ajustamento que foram feitos nos países do Norte”. “Os países do Sul merecem, antes de mais, respeito e nós merecemos críticas”, acrescenta ainda o ex-presidente do Eurogrupo. “Eu sou antes de mais um admirador dos esforços incríveis que têm sido feitos pelos países do Sul, designadamente por Portugal”, reitera Juncker, adiantando que se na “Alemanha, em França, no Luxemburgo, na Bélgica ou na Holanda tivéssemos de fazer reformas desta envergadura teríamos nas nossas ruas uma verdadeira rebelião social”. Na opinião do líder luxemburguês, as medidas de disciplina orçamental portuguesas “nunca passariam” em França, por exemplo. Sobre o seu sucessor no Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, Juncker afasta-se do “cortejo de críticos”, justificando com o conhecimento das dificuldades do cargo, e lembra que muitas vezes foi criticado por uns por dizer uma coisa, e por outros por não ter dito outra. “É uma missão muito difícil e estou feliz por não ter mais de a assumir”, confessa o primeiro-ministro do Luxemburgo.

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