quarta-feira, 22 de maio de 2013

Economista diz que MT tem arroxo fiscal e orienta produtores

Agronegócios - 23/05/2013 O economista Ricardo Veloso, da Fundação Getúlio Vargas, orientou, esta tarde, os produtores rurais que participam do Entec$ - Encontro Nacional Tecnologia de Safras, em Lucas do Rio Verde, sobre preparação contábil. Ele fez um duro ataque a política tributária do governo federal. "Mato Grosso está vivendo arroxo tributário, que tá dando nojo de conviver. E muitas empresas estão querendo sair daqui. E não é por causa do Estado !. Mato Grosso é empreendedor, grande, com inúmeras agroindústrias. Estamos diante de situação inadministrável", disse, ao cobrar mudanças tributárias para o setor de agronegócio. Ele classificou a situação atual como muito grave. É imposto sobre imposto, base sobre preço, imposto que não se identifica. Brasil é país com tributos mais perversos do mundo, que incidem no meio da carga tributária. Isso é horrível. Em qualquer lugar do mundo, seria tiro na pé. E o governo ainda banca idéia que está sendo feita desoneração da folha de pagamento", criticou. O economista e professor acha que o Simples nacional é "o complicado nacional. Como é difícil de entender". Veloso disse que muitos agricultores estão ampliando suas atividades, produção de grãos, gado e "há necessidade da contabilidade acompanhar as transformações que ocorrem em sua propriedade rural. Ele disse que um dos grandes problemas atuais é a transferência de cadastro da pessoa física para pessoa jurídica e fazendo planejamento tributário. O produtor rural tem que entender que a contabilidade é um sistema de informação independente e deve ser aplicado dentro de todas técnicas contábeis para a atividade rural ter bons resultados. Ele citou que a maioria dos bancos passou a dar preferência, em muitos casos, na concessão de créditos, para pessoas jurídicas na atividade rural porque estão com documentação contábil em dia e muito próxima da realidade na atividade agrícola-pecuária. "A ausência de informações contábeis é um dos mais graves problemas na contabilidade rural", disse, para dezenas de produtores, pecuaristas, contabilistas e acadêmicos, na tenda principal da Fundação Rio Verde. Ele alertou para a necessidade do agricultor sempre estar documentando suas operações financeiras. "O produtor precisa comprovar todos os gastos. Uma hora a Receita Federal vai pegar. E pega geral. Aí é preciso comprovar gastos. Gasto na pessoa física só vale se pagou. É regime de caixa. Já estão acontecendo atuações de arrendamentos de imóveis rurais que se disfarçam de parcerias", advertiu Veloso. Ricardo Veloso aconselhou que a falta informação contábil sobre custo de produção, lucro, gerenciamento de custos é nociva para os negócios. "A qualidade da informação compromete todo o negócio e muitas vezes deixa o produtor rural em situação difícil. O Simples nacional é muito interessante, mas é limtiado R$ 3 milhões. Muito cuidado com opção do lucro real !. É interessante para a agroindústria, mas raramente o produtor rural vai se enquadrar (nesta opção). Lucro presumido é interessante porque estabelece pagar 8% Imposto Renda e 12% Contribuição Social sobre faturamento", disse. "Há uma coisa que a lei do INSS permitiu para produtor rural pessoal jurídica que não quer discutir o Funrural. O produtor rural pessoa juridica que tiver uma filial ou estabelecimento autônomo (fora ou separado da atividade rural) que tenha natureza comercial, de prestação serviço ou industrial, passa a adotar como pagamento do INSS sobre a folha daquele estabelecimento autônomo e sobre a folha agropecuária, escapando do Funrural. O Funrural é 2,85% sobre comercialização da produção comparada a folha de pagamento. E sobre a folha de pagamento incide 28,2% sobre atividade rural e 26.8% sobre atividade autônoma. No final, a diferença é considerável", expôs. Esta foi a segunda palestra de hoje no ENtec$ que vai até sexta-feira em Lucas do Rio Verde e tem cerca de 90 empresas expondo maquinários, implementos, veículos e empresas que difundem tecnologia, além de órgãos públicos ligados à atividade do agronegócio. Fonte: Só Notícias/Editoria

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