sexta-feira, 10 de maio de 2013

Logística deficitária trava venda futura da soja PDF

Logística deficitária trava venda futura da soja PDF Escrito por Luciana Franco / Globo Rural Sex, 10 de Maio de 2013 14:33 Indefinição do preço do frete em 2014 dificulta planejamento da próxima safra Devido aos entraves logísticos a soja produzida no Brasil leva 52 dias para chegar à China, enquanto a dos EUA chega em 16. Durante a realização da 3ª edição do Clube da Soja, evento realizado pela FMC para discutir os principais desafios da cadeia, a questão logística permaneceu no centro das atenções, uma vez que ainda deve gerar muita dor de cabeça aos agricultores nos próximos anos. De acordo com o professor e especialista em finanças públicas, Raul Velloso, o governo federal não tem a percepção adequada do agronegócio brasileiro, o que reduz a competitividade da agricultura nacional. “Em relação aos investimentos em infraestrutura, o governo definiu uma taxa de retorno muito baixa, mas essa taxa não deve ser decidida pelo governo, mas pelo mercado”, diz Velloso, que, durante o evento, apresentou dados mostrando que o Brasil investe 1,7% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, enquanto países como a China e a Austrália aplicam respectivamente 8,3% e 5,4% de seus PIBs no segmento. >>> De acordo com Carlos Fávaro, Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja), a soja produzida no Brasil leva 52 dias para chegar à China, enquanto a dos Estados Unidos chega em 16 dias. “A diferença não se refere apenas à distância menor dos Estados Unidos até a China, mas também à precária malha rodoviária, ferroviária e hidroviária existente no Brasil, que atrasa e encarece os embarques”, diz Fávaro. Em decorrência da infraestrutura escassa, os custos do frete no mercado interno dobraram entre 2012 e 2103 e são uma incógnita para 2014. Por conta dessa indefinição, produtores estão com dificuldade de fechar as vendas futuras de soja. Historicamente, no mês de maio as vendas futuras de soja se situam em 30% da safra nova, mas até o momento o índice não chega a 5%, devido à dificuldade de se calcular o preço do frete para o próximo ano. Produtores também sofrem com aumento do preço de sementes e defensivos e adiam planejamento da nova safra. De acordo com o senador e produtor agrícola Blairo Maggi, a burocracia para o avanço das obras é tamanha que os empreendimentos prioritários do país só devem ser concluídos nos próximos 6 a 10 anos. “O agricultor brasileiro não pode continuar a ser penalizado dessa maneira. Hoje todo mundo discute a questão da infraestrutura porque ela gera fila e prejudica o turista que quer ir para praia e não porque causa prejuízos aos produtores. Temos que unir nossa voz e exigir mudanças”, defende o ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.

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