segunda-feira, 20 de maio de 2013

Mercado de arroz se mantém firme em maio

Mercado de arroz se mantém firme em maio 20/05/2013 08:41 Com o mais baixo estoque de passagem da década, em 1,68 milhão de toneladas segundo a Conab, e uma colheita que deve ser muito similar àquela da temporada passada, por causa da redução de área em alguns estados e as perdas climáticas no Sul e na inviabilidade do cultivo nas áreas de sequeiro do Nordeste, o cenário do mercado de arroz no Brasil é de preços em elevação em maio. Depois de consolidar uma recuperação de preços na ordem de 5,26% em abril, as cotações de arroz no Rio Grande do Sul acumulam variação positiva de 4,19% até a última terça-feira (17/5), segundo o indicador de preços do Arroz em Casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa (Rio Grande do Sul, 58% de grãos inteiros), que alcançou valor de R$ 33,78. Na conversão em dólar, pelo valor do dia, a saca equivale a US$ 16,57. O dólar estadunidense encontra-se em movimento de valorização no Brasil. No mercado livre, o arroz gaúcho é cotado a R$ 33,50, em média, na maioria das praças. As variedades nobres, acima de 64% de inteiros, alcançam R$ 40,00 por saca no Litoral Norte, e R$ 35,00 a R$ 37,00 na Fronteira-Oeste, para o produto acima de 60% de grãos inteiros. Em Santa Catarina a elevação das cotações gaúcha foi acompanhada, com a saca valendo, em média, R$ 33,00 no Sul do estado e R$ 34,00 em Turvo. No Mato Grosso, a elevação do volume de safra, por conta dos bons preços obtidos no ano passado e alguma recuperação de pastagem degradada e abertura de área para soja, estabeleceram preços menores, mas estáveis nos últimos 15 dias, para o cereal: R$ 35,00 a R$ 36,00 por saca de 60 quilos para o grão acima de 55% de inteiros. No Sul do Brasil os produtores continuam vendendo apenas volumes necessários para honrar compromissos, ao passo que preferem negociar soja, milho e pecuária, aguardando melhores preços no segundo semestre para comercializarem o arroz. A baixa oferta mantém os preços firmes e o mercado aquecido. Enquanto isso, o Irga já indica 99% da colheita gaúcha encerrada, mesmo percentual indicado para a safra catarinense, até o dia 15 de maio. Esta semana a totalidade das lavouras do Sul devem encerrar a colheita. A produção tende a ficar 7% abaixo do previsto em Santa Catarina e, no Rio Grande do Sul, em cerca de 8 milhões de toneladas. MERCADO EXTERNO As exportações brasileiras, que partem principalmente do Rio Grande do Sul, estão em baixa por causa dos preços internos mais altos, que derrubam a produtividade, e do gargalo dos portos. Há empresas com negócios alinhavados para exportar arroz em casca, mas sem terminal portuário para embarcar. Em abril as exportações brasileiras de arroz recuaram para 77.298 toneladas (base casca) bem abaixo das 112.054 toneladas (base casca) de março. Em relação ao mesmo mês do ano anterior (abril/2012), as vendas externas recuaram 50,5%. Nos dois primeiros meses do ano-safra 2012/2013 – março e abril de 2013, as exportações de arroz somam 189.352 toneladas (base casca), 44,8% abaixo do volume exportado no mesmo período da safra anterior (342.876 toneladas base casca), segundo o analista Carlos Cogo. Ao passo em que as exportações diminuíram por conta das dificuldades de embarque e preços internos mais altos, as importações subiram para 114.510 toneladas (base casca) em abril, acima das 94.880 toneladas (base casca) de março. Nos dois primeiros meses do ano-safra 2012/2013 – março e abril de 2013, as importações de arroz somam 209.390 toneladas (base casca), 9,5% acima do volume importado no mesmo período da safra anterior (191.184 toneladas base casca), segundo a mesma fonte. A situação só não é mais grave porque as importações de Irã e Iraque estão impulsionando a demanda do arroz uruguaio em 2013. Estima-se que o Uruguai já vendeu cerca de 300 mil toneladas de arroz para os dois países do Oriente Médio por preços referenciais de US$ 560 a US$ 580 por tonelada. Outras 300 mil toneladas de arroz branco estariam sendo agendadas para embarque nos próximos meses, segundo agentes de mercado do país sul-americano. A maior pressão de oferta do Mercosul para o mercado brasileiro neste primeiro semestre está sendo do Paraguai, país cuja produção destina-se exclusivamente para o Brasil e tem ação diferente dos uruguaios, que preferem buscar terceiros países a comprometer as cotações brasileiras. Os paraguaios preferem despejar a safra diretamente no Brasil assim que colhem, até por limitações na estrutura de armazenagem. DE OLHO Ao mesmo tempo em que está atento à balança comercial do arroz (relação exportação x importação), o produtor de arroz está de olho nos movimentos do governo federal. A Conab já tem na manga os editais para os primeiros leilões de oferta dos estoques públicos nacionais, cujo volume está em torno de 1,05 milhão de toneladas. O secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller, já avisou que se os preços chegarem a R$ 34,00 no Rio Grande do Sul, os primeiros leilões serão lançados. Os valores médios hoje estão entre R$ 1,00 e R$ 0,50 abaixo dos patamares indicados pelo governo como referenciais para deflagrar a operação de oferta do produto público. A ação do governo federal tem por objetivo manter o fluxo de oferta e arrefecer a alta dos preços de um item essencial da cesta básica brasileira e seu impacto sobre a inflação do País. Por um lado, os produtores acreditam que o governo deve aguardar um pouco mais, pois há oferta do grão e o mercado está abastecido. Por outro lado, há produtores e até analistas que consideram que se o governo ofertar produto já neste final de safra, os estoques públicos devem cair muito para o próximo ano, já que boa parte destes teriam qualidade duvidosa, por serem remanescentes de safras muito antigas. Assim sendo, os preços tendem a subir mais no segundo semestre, no pico de entressafra, e para o próximo ano. Todavia, há quem considere que se os estoques públicos forem desovados agora, o governo pode incentivar as importações no segundo semestre do ano comercial, inclusive de terceiros mercados. Uma ação deste tipo poderia trazer efeitos graves à comercialização e à valorização interna do cereal. Enquanto isso não acontece, o mercado de arroz mantém-se em tendência de alta até, pelo menos, o final de maio. MERCADO A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica cotações médias de R$ 33,50 para a saca de arroz de 50 quilos, em casca, no Rio Grande do Sul. O valor referencial para a saca do produto beneficiado, em 60 quilos, é de R$ 70,00, também com pequena variação positiva. A tonelada do farelo de arroz colocado em Arroio do Meio/RS é cotada em estáveis R$ 350,00. Também estáveis são os preços do canjicão (60kg/FOB) em R$ 37,00 e da quirera (60kg/FOB) em R$ 33,00. A informação é do Planeta Arroz. Fonte: Assessoria

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