quarta-feira, 15 de maio de 2013

Produtores da Expoleite acreditam que fraude do leite deve gerar mudanças no mercado

Produtores da Expoleite acreditam que fraude do leite deve gerar mudanças no mercado Maioria dos produtores afirma que a cadeia deve sofrer prejuízos imediatos ou de longo prazo devido aos últimos acontecimentos no setor 15/05/2013 | 19h48 Cristiane Viegas | Porto Alegre (RS) Produtores de leite que compareceram à abertura da 36ª Expoleite, que aconteceu nesta quarta, dia 15, em Porto Alegre, acreditam que o mercado de laticínios deve enfrentar mudanças depois do escândalo da fraude nos produtos no Estado, que veio à tona há uma semana. Para os representantes do setor, as irregularidades devem servir de exemplo para as atividades leiteiras no futuro. Na última quarta, dia 8, a Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, apurou que cinco companhias de transporte de leite adulteravam o produto, adicionando água e ureia, para aumentar o lucro. Até o momento, sete pessoas foram presas e sete marcas tiveram lotes retirados do mercado. Nesta edição, a Expoleite conta com a inscrição de 255 animais, de 44 expositores, vindos de 27 municípios do Rio Grande do Sul. Em meio às consequências dos últimos acontecimentos, os produtores e especialistas do setor procuram manter as atividades. O produtor rural Itamar Tang é sócio de uma tradicional empresa de laticínios da Serra Gaúcha. Ele lamenta o fato de uma parte da cadeia ignorar a ética e as regras estabelecidas em lei para o trabalho com alimentos. – Acho lamentável isso ter acontecido, porque a gente trabalha tanto, zela tanto pela qualidade do produto, porque é um direito do consumidor que isso aconteça. Quando se trabalha com qualidade, eu creio que essa qualidade tem um custo – ressaltou Tang. Há oito anos, o técnico agropecuário Nacir Penz presta assessoria a 12 propriedades no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para ele, com o escandâlo das fraudes, os maiores prejudicados são os produtores que trabalham honestamente. – Nós temos só aqui no Estado 120 mil pessoas produzindo. A maioria está tendo prejuízo, seja imediado, de médio, longo praz. São prejuízos que vão desde o preço à diminuição do consumo e à desconfiança do consumidor – afirmou Penz. Ele acredita no resultado das investigações e no trabalho de fiscalização das autoridades para um controle mais efetivo do leite, mas alerta que o consumidor também tem seu papel e pode ajudar a minimizar o problema. – [O consumidor] tem que tentar imaginar que o leite tem um custo e não pode ser tão barato quanto ele gostaria de comprar. Para a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul, as irregularidades não devem atrapalhar os negócios na feira e tampouco impactar o mercado do setor leiteiro no Estado. – Eu acho que isso aí, no fim, foi um problema grave, mas que serviu pra dar uma alinhada na atividade – concluiu o superintendente técnico da Gadolando, José Luiz Rigon. CANAL RURAL

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