segunda-feira, 20 de maio de 2013

Produtores de girassol em Campo Novo do Parecis esperam boa produtividade

Produtores de girassol em Campo Novo do Parecis esperam boa produtividade 20/05/2013 Diante dos campos de girassóis floridos nesta época do ano, os produtores renovam a confiança em mais uma colheita com bons índices de produtividade. Na safra 2012/2013, a produção estimada em Mato Grosso é de 71,8 mil toneladas. Apesar de garantir o maior volume produzido no país, a safra estadual neste ano será 9,6% inferior à de 2012, segundo o último prognóstico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na região de Campo Novo do Parecis, maior produtora estadual, o rendimento alcançado nas lavouras no ano passado foi “excepcional”, afirma o diretor do Sindicato Rural do município, Antônio de La Bandera. “Para esse ano, a tendência é que os índices anteriores se mantenham ou até aumentem, porque muitos produtores melhoraram a tecnologia”. Com esse resultado, a área ocupada com o girassol não reduziu no município. “Isso deve ter ocorrido em outras regiões, porque aqui o plantio do girassol já está consolidado”. A manutenção das áreas de cultivo pode ser associada à garantia que os produtores têm de negociarem sua produção com indústrias locais. Investimentos na instalação e expansão de indústrias habilitadas para o processamento do girassol estimulam os produtores do Estado a cogitarem, inclusive, a expansão da área plantada. Neste ano começa a operar, por exemplo, uma nova unidade industrial da Terasol no município, com capacidade inicial para processar até 100 mil toneladas de grãos por ano, convertendo-os em óleo bruto, que por sua vez será refinado e envasado por outras indústrias, como a ADM do Brasil. Esse volume pode ser garantido com a produção de girassol em 60 mil hectares. Outra empresa que irá demandar mais matéria-prima é a Parecis Alimentos, que se associou a outra indústria, a Celena Alimentos, e agora prevê quadruplicar a produção. De acordo com o diretor do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, a área plantada atualmente com girassol corresponde a 35 mil hectares mas, nesse cenário, a projeção é aumentar para 150 mil (ha). Expandir a produção é o objetivo comum de produtores e industriais, como revela a representante da Terasol, Roberta Tibiriçá de Sant’Anna. “Nossa intenção é crescer com as necessidades do mercado e disponibilidade de matéria-prima”. Ela explica que a partir do mês de agosto deste ano, os grãos de girassol começarão a ser processados e convertidos em óleo bruto, tendo como subproduto o farelo de girassol. A partir de 2015 serão produzidas também amêndoas e farinha protéica de girassol para atender a indústria alimentícia, além de cascas para produção de bioplásticos. Até a finalização do projeto de implantação da nova fábrica terão sido investidos cerca de R$ 50 milhões e contratados mais de 100 trabalhadores diretos e indiretos. “A Terasol é uma empresa focada no desenvolvimento de matérias-primas para óleos comestíveis, especialidades químicas e energia renovável. Através de suas subsidiárias, atua na cadeia completa de oleaginosas, como girassol e mamona, desde o desenvolvimento e produção de sementes até o processamento”. Instalação da fábrica da Terasol próxima à origem da matéria-prima foi a melhor maneira encontrada pelos investidores de driblar a logística desfavorável e garantir custos competitivos. “Conseguimos agregar valor ao girassol produzido localmente e transportar apenas o óleo para outras regiões”. Essa é a solução mais viável para as indústrias, opina o diretor do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis. “Enviar a semente de girassol para os portos e depois esmagar fica inviável, por isso o processamento tem que ser feito próximo do centro produtor”. Aproveitando essa proximidade com o centro produtor, a empresa pioneira no processamento de girassol em Campo Novo do Parecis se uniu a outra indústria do setor para ampliar sua atuação no mercado. Conforme relata o gerente administrativo da Parecis Alimentos, Carlos Eduardo Momesso, a associação com a gaúcha Celena Alimentos resultou na criação da Parecis S.A., que produzirá 60 mil toneladas de óleo por ano a partir de junho de 2014. “Teremos uma nova fábrica no complexo industrial já existente, com capacidade de processar 600 toneladas/dia”. Além do girassol, a empresa estará apta para o aproveitamento da soja e outras oleaginosas. “Hoje produzimos 10 mil toneladas de óleo por ano”. Na expansão foram investidos cerca de R$ 60 milhões. Mercado - O girassol que será colhido nesta safra, num prazo médio de 40 dias, foi negociado a preços melhores que os contratos firmados no ano anterior, na média de R$ 52. De La Bandera afirma que, se os produtores não tivessem negociado cerca de 95% da produção antecipadamente estariam vendendo hoje a R$ 42. “O preço do girassol acompanha o mercado da soja, que agora caiu um pouco”. Para o consumidor final, que viu os preços do óleo de soja subirem de R$ 1,39 (900 mililitros) para até R$ 3,69 nos últimos 2 anos, a cotação dos óleos especiais, a exemplo do girassol, não causa estranheza. Pelo contrário, com a melhoria do poder aquisitivo e a preocupação com a saúde, as vendas de óleo de girassol tem crescido, sustenta a gerente de operações do Comper, Izilda Maria da Silva. “Os preços do óleo de girassol e de milho estão estagnados, mas o consumo está aumentando”. Oleaginosa é utilizada na alimentação humana, de aves e bovinos. “Além de garantir um óleo isento de gordura trans, o girassol garante a semente para alimentação de pássaros e a torta de farelo, para nutrição animal”. Comentando a demanda pelo girassol, a representante da Terasol observa que o Brasil consome cerca de 60 mil toneladas de óleo de girassol por ano e ainda é dependente das importações do produto, já que menos de 40% são produzidos no Brasil. “Aproximadamente 40 mil toneladas anuais de óleo de girassol são importadas da Argentina, Paraguai e Bolívia”. Em Mato Grosso, ainda há espaço para expandir a produção da oleaginosa nas imediações da BR-163, avalia Sant’Anna. Fonte: A Gazeta

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