domingo, 16 de junho de 2013

Demanda por farelo impulsionou preços da soja em maio

Demanda por farelo impulsionou preços da soja em maio 16/06/2013 | 17h21 No Brasil, apesar da safra recorde, boas vendas antecipadas, problemas logísticos e a restrição vendedora deram o tom altista aos preços Os preços da soja subiram com força em maio, impulsionados, principalmente, pela demanda por farelo de soja. Com estoques norte-americanos baixos, houve disputa pelo produto. No Brasil, apesar da safra recorde, as boas vendas antecipadas, problemas logísticos e a restrição vendedora deram o tom altista aos preços. No geral, porém, as negociações estiveram lentas, diante da forte valorização do dólar – de 7,2% no mês –, que deixou agentes cautelosos. Os feriados da última semana de maio também influenciaram para um mercado nominal no período – teve feriado nos Estados Unidos no dia 27 (Memorial Day) e no Brasil no dia 30 (Corpus Christi). Entre 30 de abril 31 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá), em moeda nacional, subiu 7,5%, finalizando a R$ 64,52/saca de 60 quilos (kg). Em dólar fechou a US$ 30,05/saca de 60 kg, ligeira alta de 0,3%. A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, finalizou a R$ 63,18/saca de 60 kg no dia 31, expressivo aumento de 11,8% no acumulado do mês. Considerando-se a média do conjunto de praças acompanhadas pelo Cepea, no mercado de balcão (ao produtor), houve forte alta de 10,5% e no de lotes (negociações entre empresas), de 13%. No geral, desde o início do mês, a baixa oferta de soja dos Estados Unidos proporcionou forte valorização externa do grão. A demanda esteve bastante aquecida, principalmente por parte da China (maior comprador mundial de soja). A dificuldade em se embarcar soja nos portos brasileiros fez com que importadores pagassem valores maiores em países com menor estoque, como Estados Unidos e Argentina. No Brasil, a possibilidade de novas perdas na safra norte-americana manteve produtores nacionais retraídos para novos negócios de curto prazo. Mas, a decisão de postergar vendas, porém, pode não ter sido uma boa aposta, quando analisadas as cotações para os próximos meses. Isso porque a aposta em preços mais elevados no segundo semestre depende, principalmente, de problemas na safra norte-americana. Por enquanto, a BM&FBovespa aponta para Jul/13 (vencimento no final de jun/13) soja em Paranaguá a pouco mais US$ 31,00/saca e para Nov/13, na casa de US$ 28,00/saca. Vale ressaltar que a venda nos patamares atuais e aplicação do recurso no mercado financeiro geraria retorno positivo, enquanto a venda posterior, por enquanto, implicaria em perdas. No final do mês, produtores, indústrias e traders intensificaram os debates sobre a quantidade de soja que ainda resta para a comercialização no Brasil. Apesar de haver relatos de que sojicultores brasileiros estariam apenas restringindo a oferta para negociar maior volume no semestre seguinte, colaboradores do Cepea indicam que praticamente 75% da safra já havia sido comercializada até o final de maio. Esse volume é inferior ao do ano passado, mas deve-se considerar que, em 2012, houve a combinação de queda da produção por fatores climáticos e vendas antecipadas intensas. Dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgados no dia 29 de maio indicaram que os trabalhos de campo norte-americano teriam passado de 24% para 44% de área cultivada de uma semana para outra. Mesmo assim, ainda persistiu considerável atraso em relação aos 87% do mesmo período de 2012 e à média de 61% observada entre 2008 e 2012. Na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), entre 30 de abril 31 de maio, o vencimento jul/13 subiu 7,9%, a US$ 15,10/bushel (US$ 33,29/saca de 60 kg). O farelo de soja com vencimento em jul/13 finalizou a US$ 492,95/tonelada curta (US$ 469,36/t), com forte alta de 7,9%. Já para o óleo de soja, o contrato jul/13 caiu 1,7%, a US$ 0,4838/lp (US$ 1.066,59/t). Diante dos valores elevados na CME/CBOT, os prêmios se mantiveram em patamares baixos. O embarque da soja em grão em Jun/13 por Paranaguá foi cotado no último dia do mês dia 31, a -45 centavos de dólar por bushel para o comprador e a -42 centavos de dólar por bushel para o vendedor – o menor valor registrado para este embarque. O valor FOB de soja para o embarque jun/13 por Paranaguá foi calculado a US$ 32,35/saca de 60 kg no dia 31, aumento de 7% no acumulado de maio. Para os derivados, o valor FOB do farelo de soja para embarque em Jun/13 foi calculado em US$ 466,38/t no dia 31, aumento de 6,7% no mês. Já para o óleo de soja, o embarque em Jun/13 fechou a US$ 972,02/t, queda de 2,2 % no mês. Na BM&FBovespa, o vencimento Julho/13 fechou em US$ 31,62/saca de 60 kg no dia 31, aumento de 3,2% em maio. O contrato Nov/13 finalizou a US$ 27,87/saca, aumento de 2,4% no mês. Quanto aos derivados, os preços do óleo de soja, produto posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS, finalizou o mês a R$ 2.206,83/t, pequena queda de 0,1% em maio. Já para o farelo de soja, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores registraram forte aumento de 17,5% entre 30 de abril 31 de maio. CEPEA

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