quarta-feira, 19 de junho de 2013

Movimento Pró-Logística tenta criar alternativas para escoamento da produção de grãos de Mato Grosso

Movimento Pró-Logística tenta criar alternativas para escoamento da produção de grãos de Mato Grosso Estado tem, hoje, um dos maiores custos de transporte do país 19/06/2013 | 20h30 Daniel Morales | São Paulo (SP) O Mato Grosso é um Estado que enfrenta grandes problemas quando o assunto é logística. Muitas rodovias não têm a mínima condição de uso e prejudicam o escoamento da safra de grãos, que mais uma vez promete ser recorde. Para tentar melhorar essa situação, o Movimento Pró-Logística vem trabalhando desde 2010 em alternativas de escoamento da produção. O produtor Jorge Antonio Pires tem uma propriedade de 2,5 mil hectares em Juína (MT). No local, ele divide a terra entre a pecuária e a agricultura. O produtor manda a produção para o porto de Santos, no litoral de São Paulo. São 2,4 mil quilômetros. Para ele, o ideal seria utilizar os terminais de Porto Velho, em Rondônia. A distância cairia para mil quilômetros. Para isso, seria necessário pavimentar a BR-174, que liga Juína a Vilhena. São 240 quilômetros até chegar ao Rio Madeira e via hidrovia para chegar em Porto Velho. >>Acesse o especial SOS Logística Mas nos primeiros quilômetros da rodovia o trecho está completamente intransitável. Atolar é praticamente certo. 45% da BR-174 está dessa forma. E por isso muitos caminhoneiros desistem de andar por ela. – Temos que sair dessa dependência de Santos e Paranaguá. Eu acho que a viabilidade via Porto Velho e porto via Miritituba (PA) seria praticamente uma válvula de escape para nossa região. Isso traria uma vantagem de um dólar por saca pra região de Braz Norte, Juína e Juara – diz o produtor. Hoje, o Estado possui um dos maiores custos de transporte do país. Só para se ter uma ideia, o frete de Canarana, interior de Mato Grosso, até o porto de Santos chega a R$ 235 por tonelada. São 1,9 mil quilômetros. Na Argentina, o produtor que precisa atravessar a mesma distância gasta R$ 92 por toneladas. Nos Estados Unidos, o valor do frete cai ainda mais, são R$ 72. Três vezes menos que no Brasil. Alternativas para escoar a produção de Mato Grosso reduziriam drasticamente o preço do frete cobrado. O Movimento Pró-Logística, formado por representantes de produtores rurais, indústrias, comércio, além de parlamentares vem trabalhando desde 2010 para encontrar saídas para resolver os problemas de logística. Três novas rotas propostas pelo movimento devem ajudar os produtores. A ideia é utilizar a BR-163 que sai de Sorriso (MT) e vai até Miritituba (PA). No local está a estação de transbordo de carga, onde existe o acesso à hidrovia do Rio Tapajós até o porto de Santarém. Outro projeto é utilizar a BR-080. Com a finalização de 195 quilômetros da rodovia os produtores vão conseguir sair de Ribeirão Cascalheira e chegar a São Miguel do Araguaia, em Goiás. Depois, ainda por rodovia, até alvorada do Tocantins e através da ferrovia norte/sul chegar ao porto de Itaqui, no Maranhão. Outra alternativa é utilizar a BR-158. A soja sairia de Ribeirão Cascalheira e iria até Redenção, no Pará. Depois seguiria para Marabá pela BR-155. De Marabá, utilizaria a hidrovia do Tocantins para chegar ao porto de Vila do Conde, em Belém. Não concluir essas obras seria um problema para todo o país. O Movimento Pró-Logística aponta que os benefícios com as novas rotas devem ser sentidos já a partir do ano que vem – Acho que a melhora na safra de 2014 vai ocorrer na conclusão da BR-163 até Miritituba. Acho que vamos conseguir escoar até três milhões de toneladas. Estamos prevendo também uma saída até Porto Velho, até uns quatro milhões de toneladas. Estamos prevendo um aumento por colinas de 600 para um milhão, 1,2 milhão. Com esse conjunto de fatores, acreditamos que deva minimizar um pouco os problemas com a safra e aumentar a safra sem piorar a anterior – fala Edeon Vaz Ferreira, coordenador executivo do Movimento Pró-Logística. O Rural Notícias apresenta, durante toda esta semana, uma série especial sobre as alternativas que os produtores rurais brasileiros estão buscando para resolver os problemas de logística. Confira outras reportagens: >>Produtores buscam soluções para armazenagem, um dos principais gargalos logísticos >>Paraná é exemplo de infraestrutura multimodal para escoamento da produção CANAL RURAL

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