quarta-feira, 26 de junho de 2013

Praga de gafanhotos ameaça desencadear grave crise alimentar em Madagascar

Praga de gafanhotos ameaça desencadear grave crise alimentar em Madagascar Praga de gafanhotos ameaça desencadear grave crise alimentar em Madagascar 26/06/13 Madagascar corre sério risco de uma praga de gafanhotos descontrolada e pode estar em risco de uma crise alimentar séria na próxima colheita. Uma campanha de controle emergencial de grande escala requer urgentemente mais de US$ 22 milhões de dólares de financiamento até o final de junho para que possa se iniciar no momento das próximas plantações em setembro. Até o momento, os apelos de emergência da FAO para Madagascar foram apenas parcialmente financiados. A segurança alimentar e sobrevivência de cerca de 13 milhões de pessoas está em jogo, o que representa cerca de 60% da população total da Ilha. Nove milhões dessas pessoas são diretamente dependentes da agricultura para alimentação e como forma de renda. Quase metade de todas as crianças com menos de cinco anos em Madagascar são raquíticas, de acordo com os dados da FAO. Soando o alarme – mais alto A FAO já fez alertas anteriormente pedindo apoio financeiro, mas qualquer assistência que chegar em julho já chegará tarde demais para que todos os suprimentos e pessoas mobilizadas para montar uma campanha em grande escala contra os gafanhotos possa começar em setembro. O programa precisa ser completamente financiado de forma que possa monitorar a situação dos gafanhotos em toda a área contaminada e realizar operações de controle aéreo bem focadas. De outro modo, populações não detectadas ou descontroladas de gafanhotos irão continuar a se reproduzir e produzir mais enxames. A praga dessa forma duraria muitos anos, controla-la seria mais demorado e mais caro e irá afetar severamente a segurança alimentar, nutrição e meios de vida. Um programa completo de três anos, necessário para voltar à remissão, requer mais de US$ 41,5 milhões. O Banco Mundial já acordou uma contribuição de US$ 10 milhões. O Diretor-Geral da FAO José Graziano da Silva enfatizou que a prevenção – e ação rápida, nesse caso em que a prevenção falhou – é o que Madagascar precisa: “o custo das operações de controle da praga de gafanhotos do deserto em Sahel em 2003-2004 foi mais de US$ 500 milhões, sem mencionar os danos em termos de perda de cultivos e ajuda alimentar. Esse valor poderia ter financiado 170 anos de prevenção”. “Em Madagascar”, adicionou Graziano da Silva, “o controle tempestivo do surto de gafanhotos teria custado US$ 7 milhões em 2011/2012. Se não agirmos agora, a praga irá durar vários anos, terá um custo maior e afetará severamente a segurança alimentar, nutrição e meios de vida”. Em setembro, a FAO espera que 2/3 do país estará infestado de gafanhotos. De acordo com uma recente missão da FAO de avaliação do impacto da atual praga de gafanhotos em Madagascar, “em algumas partes do país as perdas em arroz e milho devido aos gafanhotos variam de 40% a 70% do cultivo, com certas áreas tendo perdido 100 de suas plantações”. Uma Missão Conjunta de Avaliação de Lavouras e Segurança Alimentar está no momento em campo para medir os danos da praga de gafanhotos para a segurnaça alimentar e meios de vida, com o apoio da FAO, IFAD, WFP e do governo de Madagascar. Análises de dados mais detalhadas estarão disponíveis em julho, mas os recursos para começar a preparar as ações em campo tem que ser disponibilizados agora. Uma área equivalente a metade do tamanho da Bélgica Os 1,5 milhões de hectares que precisarão ser tratados durante a campanha em 2013/2014 são basicamente equivalentes a metade do tamanho da Bélgica. Mais de 2 milhões de hectares terão que ser tratados com pulverização aérea até 2016 – cada ano, a área tratada irá diminuir assim que as populações de gafanhotos forem reduzidas. De acordo com estimativas da FAO, pode haver perdas na produção de arroz de até 630.000 toneladas, ou cerca de 25% da demanda total por arroz em Madagascar. O arroz é o principal cultivo no país, onde 80% da população vive com menos de um dólar por dia. O programa de três anos da FAO inclui: Melhoria no monitoramento e análise da situação dos gafanhotos; Pulverização aérea e terrestre em grande escala e respectivo treinamento; Monitoramento e mitigação do efeito das operações de controle na saúde e no meio ambiente; Medidas do impacto das campanhas anti-gafanhoto e dos danos para as lavouras e pastos FAO / ONU

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