domingo, 16 de junho de 2013

Praga em lavouras do Brasil provoca crise sanitária e econômica

Praga em lavouras do Brasil provoca crise sanitária e econômica 16/06/2013 09h04 Fazendeiros da Bahia fazem um grande esforço para combater o inimigo. Chegada da lagarta Helicoverp A fazenda São Francisco, no município de Riachão das Neves, se destaca como uma das propriedades mais produtivas do oeste da Bahia. São 28 mil de hectares de cultivos, galpões, maquinários e caminhões. O diretor técnico da fazenda, o agrônomo Severo Amorelli, explica que o principal produto cultivado é o algodão e que a lavoura foi duramente atacada pela Helicoverpa armígera. Para enfrentar um adversário tão perigoso, ao longo dos últimos meses a equipe da fazenda testou diversos tipos de inseticida, com doses e intervalos variados. E foi assim, na base da tentativa e erro, que os produtores da região chegaram a um tipo de tratamento que deu certo, pelo menos por enquanto. Ao longo da safra, a principal arma utilizada pelos agricultores para combater a lagarta helicoverpa foi o aumento do uso de um inseticida que eles já aplicavam na lavoura. Se antes o produto era utilizado duas vezes por mês, hoje as aplicações ocorrem a cada quatro ou cinco dias. Com a aplicação das diamidas, a helicoverpa não desapareceu das lavouras, mas a população diminuiu e o nível de ataque tornou-se mais moderado, só que o aumento do uso do veneno também trouxe novos problemas e novas preocupações. A primeira consequência negativa é a subida dos custos de produção. O segundo problema é a ameaça ao meio ambiente. Outra preocupação é que o uso contínuo de um mesmo tipo de veneno pode estimular o surgimento de lagartas resistentes, como explica o agrônomo Marcos Tamai, da Universidade Estadual da Bahia. Por tudo isso, para segurar o avanço da helicoverpa e, ao mesmo tempo, evitar tantas consequências negativas, nos últimos meses, os agricultores do oeste da Bahia, vem organizando uma operação de guerra com reuniões, congressos e contatos com entidades de pesquisa. A ideia é montar um pacote tecnológico e não depender só de inseticidas. O agrônomo Luis Kasuya, um dos líderes desse trabalho, explica que os produtores da região devem começar a adotar a partir da próxima safra um período de pelo menos 45 dias do chamado vazio sanitário. Os agricultores também pretendem melhorar o monitoramento das lavouras, treinar técnicos e agrônomos, plantar novas variedades de algodão e adotar outros tipos de inseticida para evitar a proliferação de lagartas resistentes às diamidas. Nessa busca de soluções, uma referência importante tem sido a Austrália, país com bons resultados no controle da helicoverpa. Nos últimos meses, produtores brasileiros visitaram campos australianos e vários profissionais da Austrália têm sido convidados para vir ao Brasil. Com tantas iniciativas, o oeste baiano vem se consolidando como um dos pilares da luta contra a helicoverpa no Brasil, mas o quadro de desinformação se repete em diversas regiões e, de maneira geral, quanto mais modesto o produtor, maior o desespero e o prejuízo. O uso descontrolado de venenos e a falta de informação trazem as preocupações com os fatores ambientais e econômicos. Confira o vídeo com a reportagem completa e saiba como está a situação das regiões que têm produtores menores ou menos organizados. tópicos: Riachão das Neves DO GLOBO RURAL

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