domingo, 9 de junho de 2013

Projeto em Itaipu trata os dejetos das criações de porcos e gado de leite

Projeto em Itaipu trata os dejetos das criações de porcos e gado de leite Pequenos criadores do Paraná são beneficiados.09/06/2013 Um dos objetivos é evitar a polu Um condomínio de biodigestores foi a ideia que técnicos da usina de Itaipu tiveram para tratar os dejetos das criações de porcos e vacas do município de Marechal Cândido Rondon, no Paraná. Um dos objetivos do projeto, que ainda está em fase de teste, é evitar a poluição dos rios que vão dar no lago da hidrelétrica. O abastecimento da gigantesca represa de Itaipu é feito pelo Rio Paraná e centenas de córregos como o Ajuricaba, que corta o município de Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná. Hoje, a água do córrego é limpa. Mas até dois anos atrás recebia toneladas de dejetos produzidos por porcos e vacas leiteiras. Para cada litro de leite uma vaca produz três quilos de dejetos. As vacas do produtor Pedro Regelmeier produzem cem litros de leite e 300 quilos de dejetos todos os dias. Hoje, os dejetos do curral dele e de 33 produtores do Vale do Rio Ajuricaba são canalizados diretamente para os biodigestores construídos nas fazendas. A empresa Itaipu forneceu o material e a assistência técnica. Os produtores entraram com a mão de obra. O biodigestor é um reservatório de fibra de vidro totalmente fechado. Depois da ordenha, os dejetos são canalizados por gravidade para o interior e vão se acumulando no fundo dele. Durante o processo de fermentação o material produz gás metano, que é armazenado em balões de plástico. O metano, também chamado de biogás, tem vários usos. A utilização mais simples é a queima direta em aquecedores usados na criação de animais em confinamento. Os dejetos dos porcos criados pelo criador Eldo Mate geram 200 metros cúbicos de biogás por dia. Uma parte é canalizada para a cozinha da dona Helmei Mate, a mulher dele, que está economizando R$ 40 por mês com o uso do biogás. O biodigestor também produz biofertilizante. Depois de passar pelo processo final de fermentação, que leva 30 dias, o material armazenado dentro do biodigestor chega ao topo do reservatório e vaza por um funil que despeja o tudo em um tanque de lona plástica. O biofertilizante não tem mais aquele cheiro forte do esterco, não atrai moscas e é um adubo de excelente qualidade, que pode ser espalhado nas pastagens e lavouras. O produtor Pedro Regelmeier produziu milho adubado com biofertilizante e conseguiu reduzir o custo da silagem que fornece para as vacas. Ele criou um casal de filhos com a renda do sítio de 7,5 hectares. O engenheiro agrônomo Cícero Bley Junior, superintendente do setor de energias renováveis da empresa Itaipu, diz que o objetivo principal, que era despoluir o rio que alimenta o lago da usina, está sendo atingido. O maior desafio dos técnicos é fazer com que o gás produzido e armazenado na região seja consumido localmente, dando autosuficiência aos produtores. O problema é que a produção individual de gás é pequena. A solução encontrada pelos técnicos foi a criação de um condomínio para juntar todo o biogás produzido na bacia do Rio Ajuricaba. O condomínio funciona da seguinte maneira: à medida que o balão do biodigestor enche, o compressor empurra o gás através de um cano para a rede principal, enterrada ao longo da estrada. São 33 biodigestores ligados nos 25 quilômetros percorridos pelo gasoduto até chegar aos depósitos da usina termelétrica. O gás movimenta um gerador com capacidade de produção de energia suficiente para abastecer 300 residências de consumo médio da zona rural. Além de gerar energia, a central possui um secador de grãos movido a biogás. Houve redução do custo do transporte do milho, que antes era levado até o secador da cooperativa que fica na cidade. O preço cobrado no condomínio é menor que em relação ao da cooperativa. Com a instalação do biodigestor, a agricultora Elizabete Vargas investiu na construção de um novo barracão, automatizou a ordenha comprou um tanque de resfriamento. A qualidade do leite melhorou e a mão de obra diminuiu. Para quem trabalha em regime de agricultura familiar, menos mão de obra, significa mais tempo para a convivência com os filhos e netos, que no futuro darão continuidade aos negócios da família. Esse protejo é um projeto piloto que está em fase de testes e ainda não há dados técnicos suficientes para fazer a multiplicação dessa tecnologia. tópicos: Marechal Cândido Rondon DO GLOBO RURAL

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