sábado, 15 de junho de 2013

Raça alentejana Portugal exporta sémen de bovinos para Brasil

Raça alentejana Portugal exporta sémen d15 de Junho de 2013 | Por Lusa e bovinos para Brasil Após duas décadas de “avanços e recuos”, Portugal exportou, pela primeira vez, material genético de bovinos de raça alentejana para o Brasil, uma “oportunidade de negócio” É uma oportunidade de negócios”, porque o Brasil importa, por ano, “12 milhões de doses de sémen de bovino”, explicou hoje à agência Lusa o secretário técnico da Associação dos Criadores de Bovinos de Raça Alentejana (ACBRA), Pedro Espadinha. O responsável realçou que esta primeira exportação pode “despertar” um “nicho de mercado”, com benefícios para os produtores portugueses que “tiverem os melhores animais” e para a própria raça, cuja qualidade da carne é reconhecida. “Normalmente, as fêmeas utilizam-se em cruzamentos ou em linha pura e os machos para [produção de] carne com Denominação de Origem Protegida (DOP). Se conseguirmos vender genética, é mais um produto que esta raça pode dar aos criadores”, referiu. A ACBRA enviou, no final de maio, 1.500 doses de sémen para o Brasil, as quais vão ser utilizadas por criadores da raça caracu, que tem descendência da alentejana, mas também para o cruzamento com animais da raça nelore. “Das 1.500 doses, 500 vão para um produtor, que, no Brasil, tem 32 mil fêmeas. Portanto, o potencial é enorme e nós temos de agarrar a oportunidade”, indicou, considerando que esta venda é o “abrir de uma porta” e que “o negócio pode vir a seguir”. Os produtores brasileiros, explicou, pretendem utilizar o sémen para inseminação em bovinos caracu para “melhorar o morfotipo e dar algum incremento genético à raça” e em animais nelore para lhes “dar outro tipo de conformação, crescimento e aptidão cárnica”. Pedro Espadinha assinalou que os bovinos de raça alentejana têm características que permitem o seu desenvolvimento num clima subtropical, porque são “animais de extensivo que comem o que a terra dá”. O interesse dos produtores brasileiros nos bovinos de raça alentejana começou na década de 90 do século XX, mas só este ano um criador “fez o pedido de importação” de sémen para inseminação em animais da raça caracu, contou o mesmo responsável. “Estamos a abrir uma porta que nos tem custado” e que “levou anos demais”, por “burocracia e má vontade” de algumas entidades, lamentou. O secretário técnico da associação avançou que também existem “contactos com Angola e Moçambique para enviar material genético” e que, em breve, será remetido “outro contentor para o Brasil já com mais doses”. “A ACBRA tem em banco com 30 a 40 mil doses de sémen para utilizar ou para vender”, o que é suficiente para “um arranque” das exportações, disse Pedro Espadinha, frisando que, se o negócio crescer, terão de se “fazer mais colheitas” de material genético. Com um efetivo de cerca de 11 mil animais explorados em linha pura, por quase 200 criadores, a ACBRA, com sede em Assumar, no concelho de Monforte (Portalegre), é uma das maiores associações do setor em Portugal.

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