terça-feira, 17 de março de 2015

Plantio de muda de cana pré-brotada eleva produtividade em 20%, diz IAC

Um novo método de plantio de cana-de-açúcar desenvolvido pelo Centro de Cana do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Ribeirão Preto (SP), promete melhorar a qualidade do produto e aumentar a produtividade nas lavouras em até 20%
Um novo método de plantio de cana-de-açúcar desenvolvido pelo Centro de Cana do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Ribeirão Preto (SP), promete melhorar a qualidade do produto e aumentar a produtividade nas lavouras em até 20%. Conhecido como sistema de mudas pré-brotadas, ou MPB, a técnica tem como objetivo produzir cana a partir de mudas de alta qualidade, livres de doenças e pragas, o que garante taxa de multiplicação muito maior que através do plantio tradicional. Resultado de uma pesquisa de seis anos, o plantio por MPB foi lançado nesta sexta-feira (13) em Guariba (SP), em parceria com a Coplana Cooperativa Agroindustrial e a Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana). São dessas entidades, os oito pequenos e médios produtores de São Paulo e Minas Gerais, que serão os primeiros a testar o método. Eles serão acompanhados por dois anos por representantes do IAC. A técnica No método tradicional, a cana-de-açúcar é cortada em pedaços de 30 a 40 centímetros e enterrada, para que então brote. Segundo o diretor do Centro de Cana do IAC, Marcos Landell, enquanto o produtor utiliza de 18 a 20 toneladas de cana por hectare no método comum, o plantio por MPB demanda dez vezes menos matéria-prima por hectare. "Com essa redução, o produtor pode utilizar a quantidade que iria para o plantio, para vender nas usinas, fazer açúcar e etanol. Isso reduz o custo do plantio, a partir do momento que ele pode vender a sobra da cana", explica Landell, destacando no sistema MPB, as mudas são produzidas em viveiros e, por isso, também apresentam mais qualidade em termos sanitários - não carregam consigo doenças e pragas, facilmente disseminadas no plantio tradicional. "Com a expansão que houve da cana na metade da década passada, um dos grandes problemas que tivemos foi a perda de qualidade das mudas, com propagação de doenças que causam impacto na produtividade. Acreditamos que com as MPBs, o produtor, além de incorporar novas variedades, vai incorporar a qualidade de muda", afirma. A produtividade da cana a partir das MPBs também é vista como mais vantajosa em termos de rendimento. Os pesquisadores estimam que o aumento de produtividade já na primeira colheita seja de 20%, mas pode chegar a 40%. "Enquanto a taxa de multiplicação de uma cana plantada mecanicamente é mais ou menos de um para quatro hectares, ou seja, com um hectare de muda você consegue plantar de três a quatro hectares de cana comercial, com um hectare de MPB pode chegar a 100 hectares de cana produzida", diz Landell. Recuperação do setor O pesquisador afirma ainda que o sistema pode auxiliar na retomada de competitividade do mercado canavieiro, em meio à crise do setor. "Com a implantação dos núcleos de MPB, vemos uma possibilidade de reação, de mudança na história do produtor. Queremos otimizar e verticalizar a produtividade da cana no centro-sul do Brasil, começando por São Paulo, e fazer da atividade uma coisa cada vez mais sustentável", explica. O presidente da Coplana, José Antonio de Rossato Júnior, diz concordar com a afirmação, destacando que a propagação do método pode garantir a manutenção e continuidade do produtor no campo. "Essa técnica é uma quebra de paradigma, estamos otimistas.Temos sido penalizados por ações do governo, pelo mercado. Conseguir formatar uma tecnologia onde é possível ver uma luz no fim do túnel, faz com que o agricultor continue produzindo cana", afirma. Data de Publicação: 17/03/2015 às 09:10hs Fonte: Portal G1

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