quarta-feira, 21 de agosto de 2019

CPI do BNDES tem perícia que indica assinatura forjada em documento de incorporação do Bertin pela JBS



Publicado em 21/08/2019 19:55


A CPI do BNDES obteve cópia de uma perícia encomendada pela família Bertin que indicaria possível fraude num documento relacionado à incorporação do grupo pela JBS em 2009. O documento integra processo sigiloso que corre na Justiça de São Paulo.
Há suspeita de que o valor do frigorífico tenha sido superfaturado, causando prejuízo de R$ 670 milhões ao BNDES.
O suposto golpe consistiria no desvio de cerca de 66% das cotas do fundo Bertin-FIP, por meio do qual a família manteria participação na JBS, dos irmãos Batista.
As cotas foram transferidas em 2010 para a Blessed, offshore secreta com sede em Delaware. Segundo a perícia do Instituto DelPicchia, há grande probabilidade de que as assinaturas de Natalino e Silmar Bertin tenham sido forjadas.
Gilberto Biojone, que poderá ser convocado pela CPI do BNDES, sempre defendeu a veracidade das assinaturas.
Num dos documentos, também consta a firma (cuja autenticidade não foi questionada) de Alexandre Seguim, ex-diretor jurídico do grupo JBS. Na ocasião, ele trabalhava no escritório Barbosa, Müssnich & Aragão – que atuou na fusão – e assinou como testemunha.
Exclusivo de O Antagonista.

CPI do BNDES pode convocar responsável por offshore secreta da JBS

A deputada Paula Belmonte apresentou à CPI do BNDES requerimento para a convocação de Gilberto Biojone Filho, responsável pela Blessed Holding, offshore criada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista como artifício para sonegar R$ 3 bilhões.
A Blessed, que surgiu da incorporação do grupo Bertin pela JBS, também é alvo de investigação do MPF no Distrito Federal, pois há suspeita de que tenha sido usada para o cometimento de outros crimes, como lavagem de dinheiro.
O procurador Ivan Marx tem informação de que a offshore foi estruturada pelo JP Morgan, que tinha Patrícia de Moraes como CEO no Brasil até no ano passado. A executiva é filha do ex-ministro Pratini de Moraes, que era conselheiro da JBS.
Biojone, por sua vez, é personagem conhecido de O Antagonista, que revelou há dois anos sua relação com João Procópio de Almeida Prado, operador do doleiro Alberto Youssef.
Caso seja convocado, o representante da Blessed poderá explicar também sua nomeação para o comitê de investimento do FI-FGTS e a relação com o advogado suíço Andrea Amedeu Prospero.
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Fonte: O Antagonista

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