sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Especulação sobre compra de milho americano pela China fez cotação do cereal subir forte e soja pegou carona na alta



Publicado em 17/01/2020 17:16 e atualizado em 17/01/2020 18:14


Tendência de novas altas para a próxima semana, com a soja/março podendo ganhar mais 30 pontos

Jack Scoville - Analista da Price Futures Group

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Entrevista Jack Scoville - Analista da Price Futures Group sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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Após duas sessões consecutivas de baixas, os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago e terminaram o pregão desta sexta-feira (17) em campo positivo. Os principais contratos encerraram o dia com ganhos de pouco mais de 5 pontos, levando o março a US$ 9,29; o maio a US$ 9,43 e o julho a US$ 9,55 por bushel.
O dia foi positivo também para os futuros do milho negociados na CBOT, que terminaram os negócios com altas de dois dígitos entre as posições mais negociadas. E foi esse movimento o principal combustível para o avanço da soja, como explicou Jack Scoville em entrevista ao Notícias Agrícolas. 
Segundo o diretor da Price Futures Group, o mercado do cereal encontrou espaço para os ganhos intensos nos rumores de que a China estaria comprando milho dos Estados Unidos - algo como de dois a quatro navios - e as informações, mesmo ainda sem estarem oficialmente confirmadas, estimularam, inclusive compras por parte dos fundos de investimento. 
"Eles compraram entre 15 e 16 mil contratos", disse Scoville, "e para a soja foi algo entre 5 e 6 mil". Além disso, ainda segundo ele, as duas últimas sessões de baixa da soja em Chicago deixaram a commodity mais atrativa para os compradores, o que contribuiu para esse fechamento positivo. 
Mais do que isso, o analista acredita ainda que o mercado da soja tem espaço para continuar essa recuperação e tomar de volta algo como 30 pontos no contrato março, que pode voltar a atuar na casa dos US$ 9,50 e, na sequência, buscar os US$ 9,60 por bushel. 
Sobre a fase um do acordo entre China e Estados Unidos assinada e oficializada nesta semana, Scoville afirma que a falta de deatalhes sobre a soja, de fato, deixou o mercado frustrado e sem força para retomar o ritmo apoiado nesta notícia. 
"Não ficamos muito felizes por aqui. Não tem nada certo. Acredito que a China tem boas possibilidades de continuar comprando soja no Brasil", disse. Ainda assim, reforça a necessidade que os chineses têm de ir ao mercado norte-americano em determinado momento. 
E para Matheus Pereira, diretor da ARC Mercosul, será, de fato, importante acompanhar quais serão os próximos passos da nação asiática sobre a oleaginosa americana. 
"No quesito soja, ainda nada foi decretado. Vemos a possibilidade de que o Governo chinês adicione
pacotes temporários de importação do grão estadunidense sob a isenção tarifária, porém em volumes semelhantes ao de 2019', diz.
SOJA NO BRASIL
No mercado brasileiro, a sexta-feira foi mais um dia de estabilidade para as cotações. As altas registradas na Bolsa de Chicago ajudaram a equilibrar o recuo do dólar frente ao real. A moeda americana perdeu 0,63%, no entanto, ainda fechou com R$ 4,165. 
Assim, embora as principais referências no interior do país tenham terminado o dia sem oscilações, nos portos os preços subiram nesta sexta-feira. A soja disponível registrou ganho de 0,57% tanto em Paranaguá como em Rio Grande, onde os preços foram a R$ 88,50 e R$ 87,80 por saca. Para março, o ganho dos indicativos foi de 0,58% para, respectivamente, R$ 86,50 e R$ 86,00. 
Ainda assim, a soja brasileira segue mais competitiva, como mostram números levantados pela ARC Mercosul. Segundo a consultoria, a tonelada da soja brasileira, FOB, no terminal de Paranaguá, foi a US$ 358,90 contra os US$ 362,20 da soja americana no Golfo dos EUA. Em relação às referências desta quinta-feira, a diferença entre a oleaginosa dos dois principais fornecedores ficou um pouco mais estreita. 
Por: Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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