quinta-feira, 2 de abril de 2020

Soja: Está na hora de pensar na comercialização da próxima safra, alerta consultor



Publicado em 02/04/2020 17:49 e atualizado em 02/04/2020 18:53

Mas alguns critérios devem ser seguidos nesse processo de venda futura, como o travamento do custo na mesma moeda de venda do grão e o fechamento de negócios com empresas sólidas
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios

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Fechamento de Mercado da Soja - Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios
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Os preços da soja permanecem firmes e sustentados no mercado brasileiro. O dólar forte e renovando suas máximas nesta quinta-feira (2), chegando a superar dos R$ 5,28, se mantém como o principal colchão para as baixas observadas no cenário internacional. Assim, como relata o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, os indicativos seguem superando os R$ 100,00 por saca. 
Para as posições de maio e junho, as referências de preço ainda têm variado de R$ 102,00 a R$ 103,00, enquanto para um pouco mais a diante chegam a R$ 104,00, R$ 105,00 por saca para julho e agosto. "E o mercado continua comprador nos portos, com os preços ainda nos melhores momentos", diz o consultor. 
No entanto, nos últimos dias os negócios nos portos apresentam um ritmo ligeiramente mais lento diante da comercialização da safra atual - perto de 75% - o que faz com que os produtores brasileiros estejam mais focados na conclusão da colheita, para voltarem a se posicionar nas vendas um pouco mais a frente. 
Ainda assim, consultores e analistas seguem informando que produtores brasileiros continuam aproveitando todas as oportunidades boas que o mercado vem trazendo, uma vez que além do dólar em alta, os prêmios no país também seguem positivos e a demanda, forte.
O Brasil mantém seu ritmo forte de embarques de soja em grão e derivados, com a possibilidade de que todo o complexo possa exportar 90 milhões de toneladas. 
SAFRA NOVA
Para Ênio Fernandes, consultor de mercado da Terra Agronegócios, a extensão da quarentena em todo o mundo e os efeitos que causam em toda a economia global deixam o cenário intensamente e severamente incerto, exigindo que os negócios tenham de ser ainda mais certeiros. 
"Tem que vender sua soja, travar seu preço e garantir seus custos de produção. Em um momento de tanta incerteza e volatilidade, lucro se coloca no bolso. Em tempos assim, o produtor tem que trabalhar muito bem calçado", explica. 
Fernandes lembra ainda que já há cerca de 25% da nova safra de soja - 2020/21 - comercializada e esse é um ritmo, nesta época, jamais visto em outras temporadas. 
"Os grandes grupos já travaram suas vendas, compraram seus insumos e garantiram suas margens", diz. E mais do que isso, orienta que os produtores que vendem em reais, comprem seus insumos em reais, e o mesmo vale para o dólar. Complementando, diz ainda que trata-se de um mundo dentro de um novo cenário de crédito mais escasso frente a tantas incertezas. "É trabalhar com segurança, escolher parceiros sólidos e tocar sua comercialização de forma muito eficiente". 
Fernandes orienta ainda que os produtores não podem esperar que os preços subam cada vez mais, já que não há garantia de que as variáveis que formam os atuais níveis de preços. "E margens boas para 2021 com o atual cenário tão delicado devem ser capturados", diz. 
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, depois de um dia todo testando os dois lado da tabela, o mercado da soja fechou a quinta-feira com perdas de pouco mais de 3 pontos nos principais vencimentos, levando o maio a US$ 8,58, julho a US$ 8,64 e o agosto a US$ 8,65 por bushel. 
Os preços caíram expressivamente nos últimos dias na CBOT e aos poucos buscam retomar seu fôlego, diante de melhores perspectivas da demanda da China nos EUA e de uma oferta menor vinda da Argentina. Aos poucos, o mercado em Chicago também começa a olhar para o clima nos EUA no início da safra 2020/21.

Bolsa de Buenos Aires reduz estimativa para safra de soja da Argentina para 49,5 mi t 

(Reuters) - A safra de soja 2019/20 da Argentina deverá atingir 49,5 milhões de toneladas, ante 52 milhões de toneladas estimadas anteriormente, disse nesta quinta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires.
A bolsa citou a ocorrência de baixas produtividades durante a colheita e a seca duradoura ao longo do verão para reduzir sua estimativa.
Em relação ao milho, a instituição afirmou que mantém sua previsão de produção para o cereal em 50 milhões de toneladas.
A Argentina é a maior exportadora do mundo de óleo e farelo de soja, além de terceira maior de grãos de soja e milho.

Oferta de grãos da China é suficiente para demanda doméstica, diz autoridade

PEQUIM (Reuters) - Os principais suprimentos de grãos da China são suficientes para a demanda doméstica e não haverá escassez mesmo que importações não ocorram, disse nesta quinta-feira uma autoridade do Ministério do Comércio chinês.
Os comentários foram feitos em um momento em que a cadeia de oferta global de produtos agrícolas enfrenta empecilhos por causa da pandemia de coronavírus.
Os estoques finais de trigo, milho e arroz da China em 2019 totalizaram mais de 280 milhões de toneladas, sendo que a média anual de consumo é de mais de 200 milhões de toneladas, afirmou Wang Bin, diretor da divisão de promoção do consumo do Ministério do Comércio do país.
Em um "briefing" à imprensa, ele acrescentou que os consumidores não precisam se preocupar com a escassez de oferta ou com altas significativas nos preços dos grãos.

Comerciantes elevam estimativa para exportação de grãos da Ucrânia em 2019/20

KIEV (Reuters) - As exportações de grãos da Ucrânia na temporada de 2019/2020 devem avançar para 57,2 milhões de toneladas, disse nesta quinta-feira a associação de comerciantes de grãos UGA, elevando sua estimativa em relação aos 55,6 milhões de toneladas projetados há um mês.
A entidade não forneceu justificativas para o aumento na previsão.
A Ucrânia produziu uma safra recorde de grãos de 75,1 milhões de toneladas em 2019, com o governo do país estimando as exportações entre 52 milhões e 55 milhões de toneladas.
O país, grande exportador de grãos, embarcou 46 milhões de toneladas dos produtos nos primeiros nove meses da temporada.
Por:
 Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte:
 Notícias Agrícolas

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