quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Fábricas de máquinas preveem demissões

Atingida em cheio pela desvalorização do câmbio, pelos juros altos, pela Carga Tributária e pela concorrência com os asiáticos, a indústria de Máquinas e Equipamentos já vê 2014 como ano perdido Atingida em cheio pela desvalorização do câmbio, pelos juros altos, pela Carga Tributária e pela concorrência com os asiáticos, a indústria de Máquinas e Equipamentos já vê 2014 como ano perdido. As estimativas divulgadas pelo setor em fevereiro apontavam crescimento zero, praticamente empatando com 2013. A previsão revisada para baixo, apresentada ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), é a de uma queda de 15% no faturamento, R$ 11 bilhões a menos no caixa. A entidade também alerta para uma aceleração nas demissões. Com o freio nas encomendas e a alta ociosidade, o setor fechou 11 mil postos de trabalho, alcançando 249,8 mil empregos, abaixo do nível de 2011. "Há empresas que estão segurando processos de demissão por falta de recursos ou para manter funcionários qualificados", revelou Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq. A expectativa é que a crise continue repercutindo no emprego, podendo o total de dispensas dobrar até o Natal. "É difícil estimar como chegaremos a dezembro, mas os cortes podem variar de 15 mil a 20 mil vagas até lá ou 8% dos empregos diretos", calculou. Os setores mais afetados no país são os ligados à fabricação de Máquinas e Equipamentos para os ramos de siderurgia, mineração e cimento. Segundo a Abimaq, produzir qualquer coisa aqui custa pelo menos 30% mais que na Europa e nos Estados Unidos, o que explica as dificuldades com a competição global. "Em 2000, fabricar no Brasil custava 34% menos que nos EUA, hoje sai 22% a mais. Somos o quinto país mais caro do mundo", protestou José Cardoso, presidente executivo da associação. A China ocupa a 46ª posição. Apontado como um dos principais vilões da indústria nacional, o câmbio deveria estar hoje em R$ 2,70, na avaliação da Abimaq, se considerar janeiro de 1994 como referência, descontando a inflação. Com o número menor de pedidos e trabalhando em só um turno, em julho a indústria de bens de capital usou 75,1% da capacidade instalada. O faturamento bruto no mês atingiu R$ 5,7 bilhões, queda de 6,1% ante o mês anterior e de 20,3% sobre julho de 2013. Reação A competitividade da indústria despencou nas últimas três décadas, mas ainda assim o setor da transformação faturou R$ 1,5 trilhão em 2013. Para recuperar a confiança perdida, o setor defende medidas de grande porte e está apresentando um completo panorama aos presidenciáveis. "Só medidas de longo prazo, a princípio impopulares, podem combater a desindustrialização", aponta o diretor de Ação Política da entidade e ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto.
Data de Publicação: 28/08/2014 às 08:50hs Fonte: Correio Braziliense

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