segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Pesquisador fala sobre trabalho na área de controle biológico de pragas que ameaçam o algodão

01/12/14 - 13:57 Especialista comenta sobre sua participação nas pesquisas junto a nova Unidade Experimental de Desenvolvimento de Bioinseticidas A parceria entre a Embrapa e o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) resultou na inauguração da Unidade Experimental de Desenvolvimento de Bioinseticidas, localizada na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Construída com recursos financeiros do IMAmt, o local será coordenado pela pesquisadora Rose Monnerat e contará com a presença permanente do pesquisador do IMAmt Carlos Marcelo Soares. Confira abaixo a entrevista com o especialista publicada na última edição do Week News, informativo quinzenal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. WN: Por que motivo o IMamt escolheu a Embrapa para firmar tão importante parceria na área de Controle Biológico de Pragas? Carlos: O IMAmt escolheu o Cenargen visto que num passado recente a Unidade estabeleceu parcerias com instituições privadas e registrou bioinseticidas bacterianos. Além disso, a Embrapa dispõe de muito conhecimento sobre os mecanismos de ação desses microrganismos que, aliado a uma grande coleção desses Bacillus, torna possível desenvolver produtos que utilizem como ingrediente ativo bactérias que codifiquem diferentes composições de toxinas. Dessa forma, poderão ser gerados produtos inovadores capazes de serem utilizados como ferramentas de controle biológico para diferentes insetos-praga, como lagartas, besouros e mesmo nematóides. WN: Quanto foi investido na construção da Unidade Experimental de Desenvolvimento de Bioinseticidas na Unidade? Carlos: Na construção da unidade experimental foram investidos cerca de R$ 250.000,00, incluindo a reforma das instalações, a aquisição de equipamentos e o custeio de mão de obra para estruturação da planta piloto. WN: Como será a sua participação nas pesquisas que vão selecionar as bactérias entomopatogênicas da coleção microbiana mantida pela Embrapa para o controle biológico de pragas que afetam o algodão? Carlos: Dentro da equipe de pesquisadores do IMAmt sediados na Embrapa, três atividades ficarão sobre minha responsabilidade. A primeira é a multiplicação em escala piloto das estirpes selecionadas através de desenvolvimento e adaptação de meios de cultura industriais. Cabe salientar que esses meios devem permitir rendimentos economicamente viáveis sem que a estirpe venha a perder as características que a levaram a ser selecionada. A segunda é o desenvolvimento de formulações que preservem vivo o ingrediente ativo, a bactéria, e que possibilitem seu transporte, armazenamento e aplicação, bem como melhorem o desempenho no campo. A terceira atividade, em conjunto com as equipes do IMAmt sediadas em Mato Grosso, é acompanhar os ensaios de campo verificando o desempenho das formulações propostas. WN: Qual é a importância da cultura do algodão para o estado do Mato Grosso? Carlos: O Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de algodão, responsável por 50% da área cultivada no Brasil. A receita obtida com as exportações de algodão pelo MT em 2013 foi da ordem de 665 milhões de dólares. Estima-se que a cadeia produtiva do algodão gere mais de 100 mil empregos no estado. WN: Como é feito atualmente o controle de pragas como a Helicoverpa armigera e a Spodoptera frugiperda nos algodoeiros do MT? Quis são as perspectivas de controle no futuro? Carlos: Não apenas no MT, mas em todas as regiões cotonicultoras são empregados no controle de H. armigera e S. frugiperda principalmente inseticidas químicos e biológicos. Os bioinseticidas bacterianos que promovem o controle dessas espécies, ainda não são a solução dos problemas ocasionados por essas pragas no algodoeiro, mas constituem-se em ferramentas importantes que deve ser empregada no âmbito do Manejo Integrado de Pragas da cultura, visando aumentar a sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Espera-se num futuro próximo um maior protagonismo dos produtos de controle biológico, visto que várias empresas multinacionais tradicionalmente produtoras de produtos químicos estão voltando seus esforços para o desenvolvimento de produtos biológicos. Texto e revisão: Irene Santana e Fernanda Diniz/Ampa Edição: Janaína Eickhoff/ Portal Agrolink Foto: Claúdio Bezerra/Ampa Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão - Ampa

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