Publicado em 27/04/2018 12:53 e atualizado em 27/04/2018 13:44
Plantio 2018/19 EUA - Mechanicsburg, Illinois - Foto de Drew Earles
O mercado internacional está ansioso para conhecer os novos números do avanço do plantio da safra 2018/19 dos Estados Unidos, após o início de uma melhora nas condições climáticas no Corn Belt e na sequência dos últimos dados trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os quais mostravam um atraso considerável nos trabalhos de campo.
"A incidência solar e temperaturas mais quentes favorecem a entrada mecanizada no campo. No entanto, chuvas intensas voltam a cobrir as principais regiões sojicultoras dos Estados Unidos na próxima quarta-feira, 2 de maio. Até lá, deveremos observar um ritmo de plantio extremamente aceleradono Cinturão", segundo a AgResource Mercosul, sinalizando uma tentativa dos produtores de compensar tal atraso.
Há alguns dias, os campos de importantes estados produtores do Corn Belt estavam sobre grossas camadas de neve e os agricultores sofrendo com baixas temperaturas. Com isso, no último reporte de acompanhamento de safras trazido pelo USDA em 23 de abril, o plantio não havia sido iniciado em Iowa, Michigan, Minnesota, Dakota do Norte, Ohio, Pensilvânia, Dakota do Sul e Wisconsin.
Plantio 2018/19 EUA - Willcox, AZ - Foto de Jeff Knobloch
"Existe uma preocupação de quão fria será esta primavera e como isso vai impactar efetivamente sobre as safras. Já pude ver outras temporadas que também começaram com esse tempo muito frio e elas podem seguir por qualquer caminho. Então, ainda é um pouco cedo para sabermos se essa safra terá grandes problemas no Meio-Oeste ou não", diz a climatologista da Iowa University, Elwynn Taylor.
Nesta semana, pela primeira vez na temporada, os produtores americanos viram as temperaturas do solo começarem a subir e alcançar níveis mais adequados para o plantio.
Plantio 2018/19 EUA - Illinois - Foto de SharkFarmer
"O solo precisa estar em cerca de, pelo menos, 10ºC (50ºF) para otimizar o desenvolvimento do milho e vimos alguns estados alcançando essas temperaturas nos últimos dias", explica Taylor. "A soja é mais sensível a essas baixas temperaturas do que o milho e, em outros anos em que tivemos essas condições, a soja não foi tão bem, sofrendo com algumas doenças típicas desse cenário", completa.
Dessa forma, a orientação da especialista é de, em um quadro em que as temperaturas não estejam adequadas, o produtor americano semeie o milho em detrimento da soja, tentando garantir um melhor e mais vigoroso desenvolvimento inicial.
E esse aumento das temperaturas dos solos no Corn Belt deverá continuar a ser registrada, mesmo que gradualmente, pela próxima semana também, segundo explica o meteorologista Kyle Tapley, da Radiant Solutions. No entanto, afirma ainda que o tempo frio deve voltar às Planícies do Norte nos próximos 10 dias.
"O tempo mais seco se espalhando pelo coração do Corn Belt até o final do mês deverá favorecer os trabalhos de campo e permitir um progresso melhor do plantio, principalmente nas áreas mais ao sul do Corn Belt. Devemos ver as temperaturas subindo de forma consistente", diz o boletim de Tapley.
Além disso, são previstas chuvas para o início de maio no cinturão. "O próximo evento signficativo de chuvas começará no noroeste do Meio-Oeste entre segunda e terça-feiras da próxima semana e deverá se espalhar até as Planícies Centrais e o resto do Meio-Oeste e do Delta até quinta e sexta-feira", informa o especialista Donald Keeney, também da Radiant Solutions.
Plantio 2018/19 EUA - Roanoke /Gridley ,IL - Foto de Josh Schick
Previsões alongadas
Ainda segundo informações da Radiant, para os próximos 31 a 60 dias, as previsões indicam que as temperaturas deverão ficar se mostrar ligeiramente acima da média para o período. "E chuvas bem próximas da média deverão favorecer o desenvolvimento da soja e do milho".
No mesmo intervalo, a casa prevê ainda um tempo um pouco mais úmido do que o normal em parte das regiões produtoras norte-americanas. As precipitações serão mais volumosas no centro-oeste e sul das Planícies, sul do Delta e oeste do Meio-Oeste.
Monitoramento da seca e dos níveis de água no solo nas planícies e Meio-Oeste dos EUA - Fonte: Drought Monitor
Impactos no Mercado
Os impactos desse atraso no plantio norte-americano, porém, ainda não traz impacto muito severo sobre as cotações no mercado futuro norte-americano, como explica o analista da Advance Trading Brian Basting ao U.S. Farm Report.
"Primeiro, em função do tamanho e da potência do maquinário hoje em dia. O produtor americano consegue plantar muitos acres em um período curto de tempo e o mercado sabe disso. Em segundo lugare, o mercado está acompanhando o prêmio climático sobre os prêmios versus a performance da produtividade. No ano passado, vimos grandes problemas de plantio, até replantio duplo em alguns casos, mas ainda assim batemos recordes de produtividade", diz Basting.
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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas
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