Publicado em 28/03/2019 08:25 e atualizado em 28/03/2019 12:14
Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos e a China avançaram em todas as áreas sob discussão nas negociações comerciais, com um movimento sem precedentes em questões delicadas como transferência forçada de tecnologia, mas ainda existem pontos controversos, disseram à Reuters na quarta-feira autoridades dos EUA.
O representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, chegam a Pequim nesta quinta-feira para nova rodada de negociações com autoridades chinesas para trabalhar no acordo que pode acabar com meses de guerra comercial.
O encontro, que será seguido de uma rodada em Washington na próxima semana, é a primeira reunião frente a frente que os dois lados realizam em semanas.
A Reuters falou com quatro autoridades sêniores do governo para essa reportagem.
Uma delas disse que a China apresentou propostas que vão além do que já foi apresentado no passado, criando esperança de uma acordo que os EUA insistem que precisa incluir mudanças estruturais na economia chinesa.
"Eles estão conversando sobre transferência forçada de tecnologia de uma maneira que nunca quiseram conversar antes --tanto em termos de escopo quanto de detalhes", disse ele, sob condição de anonimato.
Washington quer que Pequim encerre práticas que diz envolver o roubo de propriedade intelectual dos EUA e a transferência forçada de tecnologia norte-americana para empresas chinesas. Os EUA querem melhor acesso aos mercados chinesas para empresas norte-americanas e uma redução dos subsídios industriais da China.
A Reuters informou anteriormente que os dois lados estão trabalhando em acordos por escrito em seis áreas: transferência forçada de tecnologia e roubo cibernético, direitos de propriedade intelectual, serviços, câmbio, agricultura e barreiras não tarifárias ao comércio.
"Se você olhar os textos de um mês atrás comparado com hoje, avançamos em todas as áreas. Ainda não estamos onde queremos", disse a autoridade.
As autoridades recusaram-se a determinar um cronograma para as negociações.
"Pode ir para maio, junho, ninguém sabe. Pode acontecer em abril, não sabemos", disse outra autoridade do governo.
Ele disse que a propriedade intelectual e a aplicação de um eventual acordo continuam sendo pontos delicados.
As duas maiores economias do mundo adotaram tarifas uma sobre o outra relacionadas a centenas de bilhões de dólares em produtos. A China quer que os EUA suspendam as tarifas como parte do acordo.
Washington está cauteloso em relação a tirar as tarifas. Trump disse na semana passada que os EUA podem deixar as tarifas sobre os produtos chineses por um "período substancial" para garantir o cumprimento.
"Algumas tarifas vão ficar", disse a segunda autoridade. "Haverá alguma oferta sobre isso, mas não vamos acabar tom todas as tarifas. Não podemos".
Fonte: Reuters
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