O país entrará em nova fase de regularização ambiental nos moldes previstos pelo Código Florestal. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou a divulgação para a sociedade dos dados públicos do cadastramento ambiental dos imóveis rurais de todo o país. Na ocasião, também foram assinadas concessões de manejo no Pará e outras medidas para combater o desmatamento, cujos índices foram divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A medida disponibilizou um mapa do país com análise temporal e outros filtros temáticos para aperfeiçoar a análise dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) – declaração que cada proprietário tem de fazer com áreas degradadas e passíveis de recuperação dentro de suas terras. “É um instrumento de natureza permanente, pois a situação fundiária no país é dinâmica e as alterações que ocorrerão deverão ser registradas”, afirmou Sarney Filho.
Embora a data limite seja dezembro de 2017, o cadastro já está praticamente concluído em território nacional. Atualmente, segundo o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), mais de 3,19 milhões de imóveis rurais brasileiros estão na base de dados do CAR, com uma área total de 406 milhões de hectares. “Isto ocorre bem antes do prazo estendido, conforme havíamos previsto”, destacou o ministro. “Estamos entrando, de forma firme, no pós-CAR”, acrescentou.
Para acelerar o processo de recuperação da vegetação, os governos estaduais terão, agora, acesso à ferramenta de gestão da base de dados geoespaciais do cadastro e a outras informações referentes aos imóveis. “Somos parceiros dos estados para implementar o Programa de Regularização Ambiental (PRA)”, declarou o ministro.
As ações para o setor permitirão o desenvolvimento de uma economia florestal de bases sustentáveis, conforme as metas internacionais assumidas pelo Brasil no combate à mudança do clima. Ao todo, 176 mil hectares dos 322 mil hectares totais da Floresta Nacional do Caxiuanã, no Pará, entraram em regime de concessão após a assinatura dos contratos de manejo sustentável na unidade, a primeira desse tipo da Amazônia, criada em 1961.
A estimativa é de um faturamento de R$ 38 milhões por ano, equivalente a 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Portel (PA) e Melgaço (PA). Os dois municípios paraenses ficam na área concedida para o manejo e apresentam um dos menores índices de desenvolvimento do país. “É preciso dar alternativas econômicas para a população”, declarou Sarney Filho. “Sozinhas, as políticas de comando e controle são insuficientes”, justificou.
O governo federal também lançou frentes de trabalho em outros biomas brasileiros. Um termo assinado com a Universidade Federal de Lavras garantirá a criação de um módulo de monitoramento do Cerrado, com base nos dados coletados a partir do CAR. “Essa análise é importante porque vai mudar o paradigma de uma série de ações por parte do poder público”, explicou o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Raimundo Deusdará.
Também foi dado início a um acordo de cooperação para medidas na Mata Atlântica. O projeto permitirá o compartilhamento de dados do cadastro ambiental para o controle, monitoramento, recuperação e planejamento econômico no bioma. Além disso, o ministro citou o lançamento do inventário florestal do Ceará, que servirá como modelo para ser replicado nos demais estados compostos pela Caatinga.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias (foto: Lucio Bernardo Júnior/arquivo)
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