Desempenho do frango vivo em outubro e nos 10 primeiros meses de 2016
01/11/16 - 08:45
O frango vivo comercializado no interior paulista fechou outubro completando 62 dias com o preço inalterado em R$3,10/kg, praticamente a mesma situação registrada em Minas Gerais, onde a cotação de R$3,30/kg atingiu 64 dias de estabilidade. Mas o que, em ocasiões anteriores, era decorrência de equilíbrio entre oferta e procura, desta vez tem uma leitura diferente. Pois a longeva cotação tem sido aplicada, quase exclusivamente, ao frango vivo cuja produção foi pré-acertada com os abatedouros. Ou seja: produto sem prévia destinação definida se sujeita aos humores do dia ou, traduzindo, a vendas por valores bem inferiores.
Isso vem ocorrendo desde que os abatedouros, empresas integradas na maioria, colocaram em segundo plano fator que, até recentemente, era considerado primordial na atividade: a plena utilização da capacidade de abate. O que significou operar apenas com a produção própria e implicou em recorrer minimamente ao mercado disponível de aves vivas.
Como resultado, o mercado paulista do frango vivo vai, paulatinamente, deixando de ser o referencial de outrora - como já aconteceu na Região Sul do País e vem se estendendo para a Região Sudeste. Ainda assim, continua a balizar praticamente todo o mercado interno do frango brasileiro.
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Com a estabilidade registrada nos últimos dois meses (e que começou no final de agosto), o valor do frango já não registra os mesmos índices anteriores de evolução. É verdade que o preço médio atingido nos 10 primeiros meses do ano – R$2,86/kg – se encontra 13% acima do registrado no mesmo período de 2015 e, portanto, apresenta ganho real, pois supera a inflação do período.
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Com a estabilidade registrada nos últimos dois meses (e que começou no final de agosto), o valor do frango já não registra os mesmos índices anteriores de evolução. É verdade que o preço médio atingido nos 10 primeiros meses do ano – R$2,86/kg – se encontra 13% acima do registrado no mesmo período de 2015 e, portanto, apresenta ganho real, pois supera a inflação do período.
É importante mencionar, porém, que esse ganho, além de se encontrar muitíssimo aquém da evolução dos custos (que, entre janeiro e setembro de 2016, registravam aumento de 26% em relação a idêntico período anterior, segundo levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves) vem se reduzindo drasticamente.
Exemplificando, o frango vivo fechou o primeiro semestre de 2016 com um preço médio (R$2,70/kg) quase 16% superior à média dos seis primeiros meses de 2015 (R$2,33/kg). Já nos quatro primeiros meses do segundo semestre essa média subiu para R$3,08/kg - valorização, portanto, de 14% sobre o resultado do primeiro semestre. Mas em comparação aos mesmos quatro meses de 2015 essa valorização cai para apenas 10%.
E como, à primeira vista, são escassas as possibilidades de uma revitalização de preços no bimestre final de 2016, o frango vivo tende a encerrar o presente exercício com uma valorização de, no máximo, 10% - ligeiramente superior à inflação, mas absolutamente insuficiente para cobrir o aumento de custos enfrentado no ano.
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