segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Soja: Clima na Argentina dá suporte e preços sobem mais 13 pts na manhã desta 2ª em Chicago



As principais posições da commodity testavam ganhos entre 11,75 e 13,25 pontos, por volta das 8h28 (horário de Brasília)


Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana com altas de dois dígitos. As principais posições da commodity testavam ganhos entre 11,75 e 13,25 pontos, por volta das 8h28 (horário de Brasília). O vencimento março/18 era cotado a US$ 9,98 por bushel e o maio/18 era negociado a US$ 10,10 por bushel.
De acordo com informações das agências internacionais, os preços da oleaginosa são impulsionados pelas preocupações com o clima na Argentina. No final de semana, o país até recebeu algumas chuvas, mas ainda insuficientes para recompor a umidade nos solos, ainda conforme explicam os especialistas.
Do mesmo modo, a previsão de chuvas para a faixa central do Brasil também segue no radar dos investidores, uma vez que o cenário pode afetar o andamento da colheita da soja. No maior estado produtor do grão no país, Mato Grosso, a colheita atingiu 12,35% até a última sexta-feira, segundo levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No mesmo período do ano anterior, o índice estava em 16,25%.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta seu novo boletim de embarques semanais. O relatório é um importante indicador de demanda e pode influenciar o andamento das negociações em Chicago.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Soja tem semana positiva em Chicago, mas movimento do dólar limita mesma variação no Brasil
Os preços da soja no mercado brasileiro registraram uma semana de volatilidade e não caminharam em direção comum ao longo desta semana. No interior do país, as referências registraram acumulados semanais positivos e negativos, com influências vindas da movimentação em Chicago e também de uma semana agitada para o dólar.
No sul do Brasil as cotações recuaram. As baixas mais acentuadas foram observadas on Paraná, onde os indicativos perderam mais de 1%, com exceção de Ponta Grossa, onde o preço subiu 2,9% para R$ 71,00 por saca.
Em Mato Grosso, os preços também testaram os dois lados da tabela, e têm respeitado ainda mais sua regionalização nesse momento. Enquanto em Rondonópolis a cotação ganhou 0,49%, em Primavera do Leste cedeu 4,10%, e terminaram a semana em, respectivamente, R$ 61,80 e R$ 58,50 por saca.
Nesta sexta-feira, o dólar teve mais uma sessão negativa e fechou abaixo dos R$ 3,15 ainda sentindo os efeitos do julgamento do ex-presidente Lula, condenado pelo TRF-4 a 12 anos de prisão, por unanimidade. Segundo especialistas, o mercado financeiro já começa a enxergar uma corrida eleitoral sem Lula.
"O otimismo com a decisão de quarta-feira derrubou a moeda, mas isso atraiu compradores. Além disso, muitos investidores que apostavam na queda aproveitaram para zerar parcialmente suas posições", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local à agência de notícias Reuters, ao justificar o fechamento do dólar longe das mínimas.
Na semana, a moeda americana recuou 1,91%, sendo esta a quinta semana consecutiva de baixas. Nesse período, a perda acumulada é de 5,83%.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, a semana foi positiva. Os preços das posições mais negociadas subiram entre 0,83% e 0,86%, com o maio/18 fechando em US$ 9,97 e o julho/18 a US$ 10,06 por bushel. A movimentação de baixa do dólar foi um dos faores de alta para as cotações, segundo explicaram analistas e consultores, tal qual as preocupações sobre o clima na América do Sul.
Nesta sexta-feira (26), porém, o mercado internacional optou por uma realização de lucros após altas consecutivas observadas no último pregão e fechou o dia em queda.
Os movimentos também voláteis são reflexo de uma incerteza sobre sobre a colheita sul-americana, especialmente entre os números da Argentina. "O grande segredo não está aqui agora. E fevereiro e a primeira quinzena de março farão a grande diferença em termos quantitativos para a safra argentina", explica Ginaldo Sousa, diretor da Labhoro Corretora.
Do lado da demanda, as vendas mais lentas nos Estados Unidos também pesam sobre as cotações. Com números abaixo do esperado trazidos nesta semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), é possível, ainda segundo Sousa, a atestar que embora a demanda esteja muito forte, está focada na oferta da América do Sul, especialmente do Brasil.
Assim, ainda segundo o diretor da Labhoro, o mercado ainda precisa de um impacto climático - que não está no Brasil e poderia vir da Argentina - para voltar a subir de forma consistente.
Comercialização
O movimento da comercialização, neste momento, é bastante delicado, dado, principalmente ao cenário cambial - "o dólar está no fundo do poço", como diz Sousa - e às incertezas que ainda rondam a colheita da América do Sul.
"Assim, minha sugestão é de que o produtor brasileiro aproveite os rallies", diz o especialista. "Na hora em que entrar essa oferta brasileira com uma pressão mais acentuda, podemos ver prêmio e Chicago caindo. Então, se fosse produtor, esperaria para vender nos rallies", complementa Ginaldo Sousa.


Data de Publicação: 29/01/2018 às 10:30hs
Fonte: Notícias Agrícolas

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