Publicado em 31/08/2018 12:21
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista subia neste último pregão de agosto, marcado por volatilidade, com pesquisas eleitorais e dados da economia brasileira sob os holofotes, tendo como pano de fundo um quadro externo sem viés claro nesta sexta-feira.
Às 11:52, o Ibovespa subia 0,63 por cento, a 76.887,81 pontos. O volume financeiro somava 2,5 bilhões de reais.
Com tal desempenho, o principal índice de ações da B3 caminhava para fechar a semana com alta de cerca de 0,8 por cento, encerrando agosto com perda de 2,9 por cento.
Para o gestor Marcello Paixão, sócio da administradora de recursos Constância, o movimento trata-se de uma recuperação após queda de 2,5 por cento na véspera, dado que não houve grandes mudanças no cenário em geral.
A pauta local incluía pesquisa da XP Investimentos ainda sem mostrar alterações relevantes na corrida presidencial, com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, liderando as intenções de votos em cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Levantamento do Instituto Paraná realizado no Estado de São Paulo também mostra Bolsonaro à frente quando Lula não aparece como candidato, com Geraldo Alckmin (PSDB), benquisto no mercado, na segunda posição.
Ainda na cena política, investidores estão atentos a uma sessão extraordinária no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira, embora a pauta divulgada na quinta-feira não cite qualquer processo ligado à candidatura do ex-presidente Lula.
Da agenda macroeconômica, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,2 por cento no segundo trimestre sobre os três meses anteriores, ritmo mais forte desde o terceiro trimestre de 2017 e acima do esperado.
No exterior, Wall Street ensaiava uma recuperação, embora preocupações com a disputa comercial entre Estados Unidos e China permaneçam no radar dos investidores.
Preocupações com emergentes também continuam no pano de fundo das negociações, com crise financeira da Argentina no foco no momento. O FMI informou nesta sexta-feira que está trabalhando com as autoridades argentinas para fortalecer o programa econômico apoiado pelo fundo no país.
DESTAQUES
- RUMO avançava 5,7 por cento, após ter o contrato de concessão ferroviária da Malha Paulista prorrogado antecipadamente pela Agencia Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), o que analistas avaliam que pode destravar valor na ação da empresa.
- PETROBRAS PN subia 2,3 por cento, apesar da queda do petróleo, tendo no radar divulgação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) dos novos preços de referência para a comercialização de diesel no Brasil.
- ITAÚ UNIBANCO PN tinha elevação de 1,5 por cento, em sessão positiva como um todo para o setor bancário, com BRADESCO PN em alta de 1,25 por cento, SANTANDER BRASIL UNIT avançando 0,95 por cento e BANCO DO BRASIL subindo 1,1 por cento.
- ELETROBRAS ON valorizava-se 2,65 por cento, após vender distribuidoras na Região Norte para o grupo Energisa e consórcio entre Oliveira Energia e ATEM, em leilão considerado amplamente favorável por representantes do governo, uma vez que as distribuidoras são fortemente deficitárias e apresentam alguns dos piores indicadores de qualidade do setor.
- FIBRIA recuava 2,4 por cento, após renovar cotação máxima intradia histórica na semana passada. A edição desta sexta-feira do jornal Valor Econômico traz que a B3 está investigando movimentação atípica de ações com a companhia. No mês, os papéis acumulavam até a véspera elevação de 9,7 por cento.
- AMBEV perdia cerca de 1 por cento, tendo no radar a crise na Argentina, que tem derrubado a cotação do peso. De acordo com cálculos da equipe do BTG Pactual, a cada 10 por cento de desvalorização da moeda, o Ebitda cai 1,2 por cento.
Fonte: Reuters
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