segunda-feira, 29 de abril de 2013
Febre por dólar a qualquer preço na Argentina
Febre por dólar a qualquer preço na Argentina29/04/2013 20:32
"Ninguém quer pesos porque ninguém quer uma moeda que se desvaloriza", explicou Soledad Pérez Duhalde, da consultoria Abeceb.com
Em um país que conserva as cicatrizes de hiperinflações, os argentinos se refugiam no dólar como forma de defender suas economias
A constante desvalorização do peso está gerando uma febre por dólares no mercado de câmbio informal da Argentina onde a moeda é cotada 80% acima de seu valor oficial, sem que as restrições do governo detenham a escalada.
"Ninguém quer pesos porque ninguém quer uma moeda que se desvaloriza", explicou à AFP Soledad Pérez Duhalde, da consultoria Abeceb.com.
Apesar das questionadas estatísticas oficiais apontarem uma inflação de 10,8% em 2012, estimativas independentes falam em 25,6%, a mais alta da América Latina.
Em um país que conserva as cicatrizes de hiperinflações, os argentinos se refugiam no dólar como forma de defender suas economias e, no mercado informal, sobram interessados para uma oferta reduzida, o que empurra o preço do dólar.
Para evitar a fuga de divisas, o governo de Cristina Kirchner impôs, desde 2011, severas restrições para a compra de dólares, que geraram mal-estar em setores da classe média que costumam viajar ao exterior ou fazem operações de bens imóveis ou acumular outras divisas.
A fuga de dólares, que chegou a 22 bilhões de dólares em 2011, caiu a 4 bilhões em 2012, segundo dados do Banco Central (BCRA, autoridade monetária).
Contudo, o governo precisa acumular dólares para pagar a enorme fatura anual de importação de energia de cerca de 12 bilhões de dólares e seus compromissos da dívida.
O dólar "blue" (paralelo) fechou a 9,30 pesos nesta segunda-feira, quatro centavos a menos que na semana passada, quando alcançou uma diferença de 82% em relação ao preço oficial.
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