segunda-feira, 29 de abril de 2013
Preços da laranja pera estão em baixa e preocupam citricultores de São Paulo
Preços da laranja pera estão em baixa e preocupam citricultores de São PauloCRISE DE SETOR
29/04/2013 | 20h18
De acordo com o Cepea, a tendência é de que os valores mantenham-se em queda nas próximas semanas
Daniel Morales | Piracicaba (SP)
A baixa nos preços da laranja pera está preocupando os produtores do interior de São Paulo. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a tendência é de que os valores mantenham-se em queda nas próximas semanas.
O citricultor Sérgio Eduardo Sartori, de Piracicaba, produz cerca de cem mil caixas por safra. Ele reclama que os preços não cobrem os custos. Sartori vende a caixa de 27 quilos entre R$ 6,00 e R$ 7,00.
– Você não consegue ficar na mão da indústria. Depende deles. O preço é muito baixo, não cobre o custo. O valor da laranja não cobre o custo da mão de obra.
O produtor precisou dispensar sete funcionários e passou a arrendar parte da propriedade para a cana-de-açúcar. Ele pretende parar com a produção de laranja.
Um estudo do Cepea revela que o clima mais frio está provocando uma redução no consumo da laranja de mesa. Além da temperatura, a entrada de outras variedades reduz o valor da laranja pera e preocupa o produtor.
– Há mais ou menos três semanas, o clima está mais ameno, o que reduz o consumo da laranja. Isso costuma forçar o preço da pera. De março a abril, teve a entrada de outras laranjas. Como a laranja precoce é mais barata, as pessoas não compram a pera, o que força a baixa do preço – destaca a analista de mercado do Cepea Fernanda Geraldine Gomes.
Hoje, a laranja pera é vendida por cerca de R$ 11,38 a caixa de cerca de quarenta quilos, sem incluir o custo de colheita ou transporte. Em abril do ano passado, a caixa estava em R$ 12,82. Para mudar a realidade, segundo o Cepea, o produtor precisa de incentivos, que devem vir da indústria.
– Como o Estado de São Paulo produz muito mais fruta de mesa do que o mercado consome, a indústria teria que adquirir uma parte dessas frutas, em especial as precoces, que são ofertadas agora. Se isso acontecer e a indústria comprar, talvez melhore para o produtor – acrescenta Fernanda.
CANAL RURAL
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