quarta-feira, 31 de agosto de 2016

No caldo de cana conectado, gira curtida e gira comentário

No caldo de cana conectado, gira curtida e gira comentário





No caldo de cana conectado, gira curtida e gira comentário
31/08/16 - 21:09 



Há 30 anos, quando Francisco Veriano Batista e a esposa, Célia Batista, começaram a vender caldo de cana no centro de Londrina, a internet não existia e ninguém imaginava sair de casa com um telefone no bolso. Três décadas depois, é justamente o hábito de levar para todo lugar o aparelho que permite a conexão à internet que provocou uma grande inovação no pequeno negócio do casal. Para encantar os clientes que não abrem mão de se comunicar e postar novidades pelas redes sociais, a kombi que vende caldo de cana às margens da barragem do Lago Igapó aos fins de semana e na Rua Pernambuco de segunda a sexta-feira oferece conexão grátis de wi-fi.
A ideia, segundo Francisco, mais conhecido como Chiquinho, veio de um vizinho que passou a oferecer a comodidade através de um plano pré-pago. "Se o cliente pode escolher, sempre prefere onde tem wi-fi", considera ele, que implantou a novidade no ano passado e viu as vendas crescerem desde então. "Muita gente que precisa de internet acaba parando e aproveita para tomar o caldo de cana", conta. Viajantes que querem falar com a família são habituais no local, assim como aqueles internautas que não perdem a oportunidade de postar uma foto sobre o que estão fazendo. "As pessoas usam o wi-fi até para chamar os amigos, acabam fazendo propaganda", comemora.
A filha deles trabalha ao lado em um carrinho de algodão-doce e também se beneficia da internet grátis. "Ela vende um algodão-doce gigante, as pessoas compram e já postam a foto", diverte-se o comerciante que está sempre em busca de atualizações. Foi para fidelizar a freguesia que ele passou a vender água de coco e água mineral, por exemplo. Além disso, leva cadeiras para os clientes apreciarem a vista, com assentos especiais para crianças pequenas. "A qualidade da cana ainda é o maior diferencial, mas essas outras novidades ajudam muito", garante.
No caldo de cana vizinho, o comerciante José Rubens Monteiro viu as vendas crescerem 20% desde que passou a oferecer wi-fi grátis para os clientes. "Hoje em dia todo mundo gosta de se conectar, atendo muita gente que está trabalhando, precisa fechar um pedido, por exemplo, e passa por aqui para usar a internet e tomar caldo de cana. Tem cliente que traz até o netbook", conta.
Outro investimento de Monteiro foi na máquina de cartão que permite atender as pessoas que preferem frequentar o lago sem dinheiro no bolso. "É mais seguro para eles e também para mim, que não fico com dinheiro vivo no caixa", explica.
Para driblar os "folgados" de plantão, que vez ou outra usam o wi-fi sem consumir nada no local, o comerciante adotou a estratégia de mudar a senha regularmente. "Para conectar, o cliente tem que me pedir", diz ele, que também gosta da propaganda grátis proporcionada pelo acesso ás redes sociais. "O cliente conecta a internet e já posta uma foto tomando o caldo de cana", comenta.

ÚTIL E AGRADÁVEL
A vendedora Melina Prado é uma das clientes da kombi que usa o wi-fi para se conectar às redes sociais. Ela consome caldo de cana pelo menos duas vezes por semana e aproveita a conexão grátis para contar aos amigos que está consumindo a refrescante bebida. "Gosto de internet e de caldo de cana, aqui uno o útil ao agradável", diz.
O protético Luciano Vieira e a vendedora Paloma Zanela costumam aproveitar o domingo para passear por áreas verdes de Londrina e não dispensam um caldo de cana ou uma água de coco fresquinha. "Frequentando pela primeira vez o caldo de cana do Chiquinho, eles se surpreenderam ao saber que poderiam se conectar à internet no local. "É muito interessante, porque sempre queremos acompanhar as conversas nos grupos, mas o plano de dados acaba rápido. Quando podemos escolher, sempre preferimos locais com w-fi", garantem.

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